Nampula está num dilema: neutralizou 14 estrangeiros que entraram ilegalmente no país e se entregavam à exploração clandestina de minerais preciosos naquela parcela do país, mas não tem dinheiro para recambiá-los.
O grupo foi neutralizado no posto administrativo de Iuluti, junto ao rio Ligonha, no distrito interior de Mogovolas, mas por falta de recursos financeiros para o seu repatriamento a PRM se vê na contingência de mantê-los encarcerados nas suas celas desde sábado, situação que não poderá sofrer nenhuma alteração antes de 2010, conforme nos afiançou António de Oliveira Maneque, porta-voz da PRM em Nampula.
Este posicionamento foi, aliás, esta terça-feira coroborado ao Correio da manhã pelo porta-voz do Comando da PRM em Maputo, Pedro Cossa, explicando que a demora se deve ao facto de não ser tarefa fácil organizar todo o dispositivo logístico para responder a este tipo de situações.
Tentativas de extorsão?
Amido Bah é um dos parentes de alguns dos detidos e procurou o Correio da manhã em Nampula para denunciar que ele e outros familiares e amigos dos estrangeiros detidos em Iuluti estariam a ser assediados por alguns agentes da PRM para estes “se mexerem” para que os seus entes sejam soltos. Bah especificou que os referidos policiais estariam a sugerir esse recurso com alegadas garantias de que os detidos não só sairiam em liberdade como teriam a documentação que regulariza a sua presença em Moçambique.
A República de Moçambique tem sido procurada por muitos estrangeiros, na sua maioria da região dos Grandes Lagos, alguns em trânsito para outras paragens, mas outros para aqui se estabelecerem para fins diversos (Cm 3215, págs. 2 e 4).
