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Primeiro-ministro do Japão promete país mais forte depois dos desastres de 2011

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prometeu, esta Segunda-feira (11), acelerar a reconstrução dos danos causados por um terremoto, um tsunami e uma crise nuclear de dois anos atrás, e afirmou que o país emergirá mais forte do seu pior desastre desde a 2a Guerra Mundial.

Às 14h46 de 11 de Março de 2011, um terremoto de magnitude 9,0 atingiu o nordeste do Japão, causando um tsunami com ondas de cerca de 30 metros de altura que varreram moradores e suas casas.

A usina nuclear de Fukushima ficou parcialmente destruída, com despejo de radiação. Quase 19 mil pessoas morreram e cerca de 315 mil ficaram desabrigadas. A tripla calamidade chocou uma nação que se considerava preparada para desastres e que considerava a energia nuclear, responsável na época por 30 por cento da oferta energética do país, era limpa, segura e barata.

Uma comissão de especialistas nomeados pelo Parlamento para investigar a crise nuclear descreveu-a como um desastre de causa humana, resultante do “conluio” entre governo, agências reguladoras e a empresa dona da usina.

“Os nossos ancestrais superaram muitas dificuldades, e a cada vez emergiram mais fortes”, disse Abe, de 58 anos, durante uma cerimónia em Tóquio, com a presença do imperador Akihito e da imperatriz Michiko.

“Prometemos novamente aprender com elas e avançar, dando as mãos uns aos outros”, acrescentou Abe, um conservador que tomou posse em Dezembro prometendo restaurar o crescimento económico e o orgulho nacional. Abe antes havia aparecido num anúncio publicado nos jornais em inglês, exaltando as virtudes do “Novo Japão” dois anos depois da tragédia.

Mas a reconstrução do nordeste japonês ainda é irregular, e quase 300 mil pessoas continuam em moradias improvisadas. “Estamos numa encruzilhada de ter de decidir como vamos viver e que acções devemos tomar”, disse o comerciante de automóveis Sakari Minato, de 49 anos, na cidade de Yamada.

Ele continua a viver numa casa danificada pelo tsunami. “Em Tóquio, a economia pode estar a melhorar, conforme as bolsas sobem, mas demora para que o efeito se permeie até a periferia.” A usina de Fukushima Daiichi já está estabilizada, mas a desmontagem dos reactores danificados levará décadas e custará bilhões de dólares. Muitos dos 160 mil moradores que fugiram dos arredores jamais poderão voltar.

Esse foi o pior acidente nuclear do mundo desde a explosão da usina ucraniana de Chernobyl, em 1986. Um estudo da Organização Mundial da Saúde, mês passado, mostrou que as pessoas nas áreas mais atingidas têm risco agravado para certos tipos de cancro, mas que para a população japonesa como um todo os riscos para a saúde são baixos.

O primeiro-ministro disse numa entrevista colectiva que vai acelerar a reconstrução de áreas devastadas. “A reconstrução é uma batalha contra o tempo”, disse ele. “O governo Abe vai promover uma reconstrução que as pessoas possam realmente sentir, implementando medidas uma a uma.”

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