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Presidente Nyusi inaugurou mais um hotel em Maputo onde taxa de ocupação caiu pelo terceiro ano

Presidente Nyusi inaugurou mais um hotel em Maputo onde taxa de ocupação caiu pelo terceiro ano

O Chefe de Estado moçambicano inaugurou mais um complexo turístico na cidade de Maputo elevando para 27 o número de hotéis que disputam os cada vez menos hóspedes que visitam o nosso país e reduzindo a taxa de ocupação que caiu, pelo terceiro ano consecutivo, na capital de Moçambique. A CTA pede a redução de novos investimentos em hotéis “para a viabilização dos investimentos realizados”.

Alheio a realidade ou fingindo que não sabe do cada vez pior ambiente de negócios para os hotéis o Presidente Filipe Nyusi disse, depois de inaugurar o Hotel Meliã Maputo Sky, que: “A entrada em funcionamento desta infra-estrutura vai contribuir significativamente para o crescimento da oferta e diversificação do alojamento de curta duração na cidade de Maputo, considerado como um destino turístico de negócios e eventos de nível nacional e internacional”.

É que os 172 quartos que o novo complexo turístico de luxo disponibiliza junta-se a outros quase 10 mil existentes nos 26 hotéis em funcionamento na cidade de Maputo, aliás este é o terceiro do género num raio de 1 quilómetro da baixa da “cidade das acácias”.

O @Verdade apurou que em 2017, pelo terceiro ano consecutivo, a cidade de Maputo voltou a perder turistas com a taxa de ocupação a reduzir para 28,5 por cento, menos 14,9 por cento do que em 2016. Entre 2015 e 2016 a taxa de ocupação já havia diminuído 8,2 por cento, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas.

Análise do Turismo da Confederação das Associações Económicas

A Confederação das Associações Económicas (CTA) analisando o número de chegadas internacionais, que não representam o número real de turistas, e de hóspedes nos hotéis constatou que em 2017 foram registados tantos visitantes quanto em 2007, só cerca de meio milhão de turistas é que se acomodam em unidades formais.

Enquanto os turistas não aumentam o número de camas quase triplicou na última década e consequentemente a média de ocupação nos hotéis tem vindo a reduzir.

Análise do Turismo da Confederação das Associações Económicas

“Reduzir temporariamente a promoção de investimentos turísticos para novos projectos de raiz”

Ainda de acordo com a análise da CTA aos dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatísticas, a que o @Verdade teve acesso, o volume de negócios que em 2017 cifrou-se em 58,8 milhões de dólares norte-americanos é similar ao volume de há uma década, apesar dos investimentos de mais de 1 bilião de dólares que o sector hoteleiro recebeu.

“A grande maioria dos estabelecimentos produz prejuízo ano após ano e portanto nunca recuperaram o investimento efectuado continuando a buscar fundos provenientes de outras actividades para financiar o deficit operacional de cada ano, sempre na expectativa de que o próximo ano seja melhor ou que a sua propriedade eventualmente se valorize” afirma o sector privado moçambicano que ainda comenta que “ao fim de mais de 20 anos de termos reiniciado esta promoção turística continuamos à procura do rumo para a viabilização dos investimentos realizados”.

Análise do Turismo da Confederação das Associações Económicas

Diante deste ambiente de negócios que não tem sido fértil para recuperar os investimentos, e muito menos para prosperar, a Confederação das Associações Económicas propôs ao Governo, durante o Fórum do Turismo que aconteceu semana finda em Maputo, “Reduzir temporariamente a promoção de investimentos turísticos para novos projectos de raiz, direcionando-os para parcerias e reforço da capacidade existente”, nos próximos 3 anos.

Entrevistado recentemente pelo @Verdade João das Neves, o presidente do Pelouro de Turismo na CTA, declarou que: “Para o parque hoteleiro disponível em Moçambique precisamos de mais turistas. Outro aspecto é será que é oportuno continuarmos a atrair mais investidores para abrirem mais hotéis?”

“Temos visto os políticos engajados nos seus discursos, principalmente fora do país, a convidarem investidores para virem abrir mais unidades hoteleiras em Moçambique, para virem aumentar o número de camas e nós perguntamos: para quê? Estamos a enganar os investidores, estamos a dizer que há mercado fértil aqui quando nós sabemos que não há e estamos a aumentar a confusão aqui dentro”, disse João das Neves.

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