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Presidente do Textáfrica demitido pelos sócios em Chimoio

Sócios e simpatizantes do Textáfrica residentes em Chimoio, reunidos há dias num encontro de auscultação, remeteram uma carta à mesa da assembleia-geral do clube, através da qual exigem a demissão da direcção, alegadamente por nada estar a fazer em prol da colectividade.

O encontro teve lugar nas instalações do próprio Grupo Desportivo e Recreativo Textáfrica. Segundo apurou a Reportagem do O planalto, a direcção do Textáfrica, encabeçada por José Tefula, deve três meses de salários aos jogadores, trabalhadores e equipa técnica, numa altura em que os mesmos sócios e adeptos residentes em Chimoio suportam despesas de alimentação, material desportivo e algumas vezes prémios de jogo.

Esta situação acontece numa altura em que o Textáfrica se prepara para representar a província de Manica na fase de apuramento da zona Centro do país para o Moçambola-2012, após ter conquistado o campeonato provincial.

No encontro em referência, dirigido pelo presidente da mesa da assembleia do Textáfrica, Dário Jane, na presença do vicepresidente, Filimone Zuro, membros da direcção do Textáfrica e cerca de duas dezenas de sócios e simpatizantes, ouviu-se vários dos presentes a pedirem o afastamento do elenco liderado por José Tufula.

Os mesmos acusam a direcção de não dialogar com os atletas, para além de o presidente do clube em algumas vezes exigir valores para a aquisição de combustível para a sua viatura, já que reside na cidade de Manica, a cerca de 80 quilómetros de Chimoio.

“Há pessoas de boa fé que querem ajudar o Textáfrica. Viemos aqui para pedir a saída do presidente Tefula. Estamos a pedir que ele deixe a direcção do clube. Só assim é que o Textáfrica poderá caminhar”, disse um dos presentes. Num dístico colocado à entrada das instalações do clube podia ler-se: “Não queremos Tefula, chega de maltratar jogadores! Demita-se!”.

Refira-se que Tefula já havia endereçado uma carta, em Junho, à mesa da assembleia, pedindo o seu afastamento da direcção, alegando “interferência de algumas pessoas externas à direcção, que até colocam em causa o relacionamento entre os intervenientes desportivos no clube”. Semana passada, respondendo à preocupação dos sócios e simpatizantes do Textáfrica, José Tefula reiterou a sua posição de demitir-se da presidência.

“Eu reitero a minha posição anterior, para não prejudicar os interesses do clube. Eu não estou preocupado em manter-me na direcção do Textáfrica”, disse. Esta posição foi aplaudida pelos presentes na reunião, alguns dos quais queriam mesmo que o pedido tivesse efeitos imediatos.

Tefula disse na ocasião que desde o ano passado tem vindo a receber mensagens injuriosas no seu telemóvel. Discursando na reunião, o presidente da mesa de assembleia do Textáfrica, Dário Jane, disse que a reunião não era vinculativa, daí que não se poderiam tomar quaisquer decisões.

“Nós ouvimos o que disseram, vamos contactar outros sócios na Beira e Maputo urgentemente, para se poder tomar uma decisão. Recebemos a vossa carta e ouvimos tudo”, prometeu.

Dário Jane deplorou, no entanto, o comportamento de algumas pessoas que enviam mensagens insultuosas a dirigentes do clube, tendo recordado que já o fizeram na época em que Ângelo Jerónimo, considerado “filho da casa”, esteve à frente dos destinos da colectividade.

Recorde-se que em menos de cinco anos já passaram pelo Textáfrica quatro presidentes de direcção, nomeadamente José Tuia, Ângelo Jerónimo, Tomé Gabriel Matuca e José Tefula.

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