O presidente sudanês Omar al-Bashir, sobre quem pesa uma ordem de prisão da Corte Penal Internacional (CPI), chegou nesta quarta-feira ao Cairo, onde se reunirá com seu colega egípcio, Hosni Mubarak.
Esta visita, que Cairo não anunciou oficialmente, é a segunda que Bashir faz ao exterior depois que a CPI lançou uma ordem de prisão contra ele.
O Egito, assim como a maioria dos países árabes, exceto a Jordânia e as Ilhas Comores, não assinou o Tratado de Roma, que deu origem à formação CPI.
Cairo pediu à CPI, inclusive, que adiasse o indiciamento de Bashir.
Em 4 de março, a CPI lançou uma ordem de prisão contra Bashir por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Darfur, região oeste do Sudão que sofre desde 2003 com uma guerra civil que deixou 300.000 mortos, segundo a ONU.
Trata-se da primeira ordem de prisão da CPI contra um chefe de Estado desde que o tribunal começou a funcionar em 2002.
O Sudão reagiu expulsando 13 das mais importantes ONGs internacionais ativas em Darfur, entre elas a britânica Oxfam, a americana Care e as seções francesa e holandesa da Médicos Sem Fronteiras (MSF).
O Sudão também anunciou que vai substituir dentro de um ano todas as ONGs internacionais ativas em Darfur, palco da mais importante missão de ajuda no mundo, por organizações locais.
Em 11 de março, os meios de comunicaçao eritreus anunciaram que o governo de Afeworki havia convidado oficialmente o presidente Bashir para visitar Asmara, em sinal de solidariedade.
Os países árabes, assim como os da União Europeia, se pronunciaram contra a ordem de prisão da CPI e também iniciaram uma gestão ante o Conselho de Segurança das Nações Unidas para suspender esse procedimento.
O presidente da CPI, Philippe Kirsch, declarou que os juízes poderão pedir a intervenção do Conselho de Segurança das Nações caso algum país se negue a prender o presidente sudanês.