O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, venceu neste sábado uma renhida eleição presidencial no país, consolidando ainda mais a sua posição após 30 anos no poder, apesar de várias irregularidades e indícios de fraude.
Museveni venceu com 60,8 por cento dos votos, enquanto o seu principal adversário, Kizza Besigye, teve 35,4 por cento, disse a comissão eleitoral.
Apoiantes de Besigye contestaram os resultados antes do anúncio final. Besigye foi preso na sexta-feira e estava, aparentemente, sob prisão domiciliar no sábado. Ele rejeitou a vitória de Museveni na eleição nacional. “Nós testemunhamos o que deve ser o mais fraudulento processo eleitoral em Uganda”, disse Besigye em comunicado. Ele também pediu por uma auditoria independente dos resultados.
A missão de observadores da UE disse que as eleições de quinta-feira foram conduzidas numa atmosfera de intimidação, ao passo que observadores do Commonwealth alegaram que o processo “não cumpriu alguns marcos democráticos importantes”.
Museveni, de 71 anos, liderou o país em meio a um forte crescimento económico, mas enfrenta acusações, tanto nacionais quanto internacionais, de repressão contra dissidentes e de fracassar em lidar com a crescente corrupção no país de 37 milhões de pessoas.
Eduard Kukan, que liderou a missão da UE, disse a repórteres em Kampala que a eleição foi prejudicada pela “falta de transparência e independência” da comissão eleitoral de Uganda.
“Agentes do Estado criaram uma atmosfera de intimidação tanto para eleitores quanto para candidatos”, disse ele.
Besigye foi preso na sexta-feira após seu Fórum para Mudança Democrática ter tentando realizar uma colectiva de imprensa para divulgar seus próprios resultados eleitorais – os quais, segundo um representante do partido, mostravam “grandes discrepâncias” com os números oficiais.