O presidente de Portugal aprovou nesta terça-feira (23) a promoção do líder da coligação minoritária Paulo Portas para o cargo de vice-primeiro-ministro e uma reforma mais ampla do gabinete, como havia sido proposto pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho para garantir a unidade da coligação governista após um desentendimento interno.
A promoção de Portas, que lidera o partido direitista CDS-PP, de ministro das Relações Exteriores para vice-primeiro-ministro e coordenador das negociações de Lisboa com credores internacionais, era uma condição importante para encerrar um impasse político que no início deste mês ameaçou inviabilizar a continuidade do programa de resgate financeiro.
O presidente português, Anibal Cavaco Silva, descartou no domingo uma eleição antecipada e disse que o governo deve ser mantido até o fim do seu mandato para garantir que Portugal saia do resgate como planeiado, esfriando semanas de turbulência política.
O gabinete do presidente afirmou em comunicado que Rui Machete, do governista Partido Social Democrata, que serviu como vice-primeiro-ministro em um governo anterior, foi nomeado chanceler.
Em outra mudança reforçando a presença do CDS-PP no governo, o primeiro-ministro substituiu o ministro da Economia, o independente Álvaro Santos Pereira, por Antonio Pires de Lima, economista e político do partido de Portas.
Um novo posto ministerial, para ambiente, gestão territorial e de energia, foi criado pelo estreitamento das funções da ministra da Agricultura, Maria Assunção Cristas, que também é do CDS-PP. O especialista ambiental Jorge Moreira da Silva, do partido do primeiro-ministro, vai assumir o novo cargo.
Os novos ministros serão empossados ??na quarta-feira.
Portas opôs-se a algumas políticas de austeridade e alguns investidores temem que sua promoção possa entrar em conflito com a continuidade das políticas de austeridade do resgate sob a nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, nomeada no início deste mês para substituir Vitor Gaspar, o arquiteto da consolidação orçamentária do país. Maria Luis foi secretária do Tesouro e colaboradora próxima de Gaspar.