O presidente da Zâmbia, Michael Sata, morreu em Londres, onde recebia tratamento médico há uma semana, confirmaram nesta quarta-feira fontes governamentais à imprensa do país africano, que não detalharam as causas da morte. Sata, de 77 anos, morreu terça-feira à noite, por volta das 21h locais, ao lado de sua mulher e família na capital britânica, informou hoje o porta-voz do governo da Zâmbia, Roland Msiska, em declarações divulgadas pelo “Zambia Daily Mail”.
A morte do presidente zambiano aconteceu depois que o mesmo sofreu um aumento repentino do ritmo cardíaco e náuseas na tarde de terça-feira. Por volta das 18h locais foi transferido do seu hotel para o Hospital Rei Eduardo VII de Westminster, mas os médicos não puderam fazer nada para salvar a sua vida e o presidente acabou morrendo três horas mais tarde, segundo o “Zambia Reports”.
Sata foi o quinto chefe de Estado desde a independência do país, que completou 50 anos na semana passada, em festejos que não contaram com a presença do presidente, que já estava em Londres. O governante deixou o país dois dias antes das comemorações na ex-colónia britânica, no último dia 24, e também não compareceu à Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.
Desde que saiu da Zâmbia, o ministro da Defesa e Justiça, Edgar Lungu, assumiu como presidente interino. No entanto, ainda não está claro quem ocupará o cargo de Sata após sua morte, devido a uma cláusula constitucional que poderia anular a designação do atual vice-presidente, Guy Scott.
A saúde do presidente gerou muita especulação na imprensa do país, assim como declarações contraditórias do seu partido, o Frente Patriótica (FP), durante vários meses.
Sata, que era chamado de “Rei Cobra” pela sua agressividade verbal, chegou ao poder em setembro de 2011, após desbancar Rupiah Banda da presidência da Zâmbia, que buscava a reeleição para um mandato de cinco anos.
Nascido em 1937 em Mpika, que era então parte da colónia britânica da Rodésia do Norte, Sata foi policia, ferroviário e sindicalista antes de entrar na política em 1963, um ano antes da independência da Zâmbia.
Após uma longa carreira política, o “Rei Cobra” foi candidato nas eleições de 2006, onde se apresentou como defensor dos pobres, e concorreu com Levy Mwanawasa, que o venceu naquela ocasião, mas que acabaria morrendo em agosto de 2008 por um derrame cerebral.
O próprio Sata sofreu um ataque cardíaco em Abril daquele ano, o que não o impediu de se candidatar às eleições de Outubro de 2008, que terminou com a vitória de Rupiah Banda, por dois pontos de diferença.