O presidente da Islândia convocou no domingo um referendo sobre um plano atualizado para pagar 5 bilhões de dólares à Grã Bretanha à Holanda por dívidas contraídas durante a crise financeira, criando nova incerteza sobre a recuperação financeira da ilha.
A Islândia, cuja economia e sistema financeiro ruíram no final de 2008, deve dinheiro à Grã Bretanha e à Holanda porque os dois países socorreram poupadores domésticos que perderam dinheiro nas contas online “Icesave”, administradas pelo falido Icelandic Bank.
É a segunda vez que o presidente Olafur Grimsson propõe um projeto de reembolso do “Icesave.” No último referendo, no ano passado, a grande maioria dos cerca de 200 mil eleitores do país rejeitou um primeiro plano de reembolso, fazendo com que as negociações entre os três países voltassem à estaca zero.
Grimsson afirmou que os termos do novo reembolso acordado entre Islândia, Grã Bretanha e Holanda depois de meses de negociações eram melhores do que os do primeiro acordo. Entretanto, ele disse ser fundamental que “o povo exerça o poder legislativo na negociação do ‘Icesave'”. “Portanto, decidi, de acordo com o artigo 26 da Constituição, remeter o novo projeto de lei a um referendo.”
O parlamento da Islândia aprovou o último plano no início dessa semana e Grimsson disse que o referendo será realizado o mais rápido possível, ainda que não antes de um mês. Resolver a questão do “Icesave” é considerado chave para a recuperação econômica da Islândia e também para seus planos de adesão à União Europeia.
O colapso financeiro da ilha levou a moeda islandesa coroa ao colapso e causou uma queda livre na economia. O país teve de ser socorrido pelo FMI e por outros países. Um severo controle de capital teve de ser feito para evitar a evasão de fundos, deixando a Islândia excluída dos mercados internacionais.