Encontrar uma solução para atenuar o impacto provocado pela oscilação dos preços de combustíveis fósseis no mercado internacional é uma das prioridades do Governo moçambicano neste quinquénio, o que, de acordo com o ministro da Energia, Salvador Namburete, implica a melhoria dos sistemas de importação, expansão da capacidade de armazenagem e aumento das reservas.
Esta preocupação surge da necessidade de tornar o país menos dependente da importação dos combustíveis fósseis, já que não produz este recurso, para além de adquiri-lo já refinado, o que o torna mais oneroso.
O ministro da Energia considera fundamental a melhoria da qualidade dos combustíveis em Moçambique, através da construção de infra-estruturas de armazenagem e transporte, estando, para o efeito, o Governo a implementar o projecto PETROBEIRA, já na sua fase final e em vias de ser implementado, que consiste na implantação de tanques de armazenagem de combustível de gás natural condensado e, possivelmente, de biocombustíveis, com capacidade para 17 mil metros cúbicos.
Paralelamente a esta iniciativa, o Executivo pretende implementar o Projecto (PETROLINE) de um oleoduto – com cerca de 500 quilómetros de comprimento e uma capacidade para comportar aproximadamente cinco milhões de metros cúbicos de derivados de petróleo por ano – para o transporte de derivados de petróleo, a partir da Instalação Oceânica da Petromoc, na Matola, até Witbank, na África do Sul, que entretanto sofreu atrasos devido a desentendimentos surgidos entre os investidores.
Também estão em curso, visando o aumento da capacidade de armazenagem de combustíveis, a reabilitação e a modernização dos tanques de armazenagem em Maputo, Beira e Nacala, com 500 mil, 50 mil e 100 mil metros cúbicos respectivamente.
No âmbito da promoção da construção de infra-estruturas de transporte e armazenamento de produtos petrolíferos, ao longo dos últimos cinco anos o sector da energia concluiu em Munhava, na Beira, estando já em operação, o Projecto INPETRO (International Petroleum Terminal), com capacidade para o armazenamento de 95 mil metros cúbicos.
Outra solução
Outra solução que o ministro da Energia considera ideal para substituir as importações dos derivados de petróleo é a utilização expansiva do gás natural produzido no país.
“Naturalmente que a expansão da utilização do nosso gás natural, como forma de substituir as importações, é uma das soluções para minimizarmos os efeitos dos preços dos combustíveis. Isso pode ser feito através da distribuição doméstica do gás natural, por via de tubagem, ou o seu transporte em cilindro, nas zonas longe da tubagem, para satisfazer os consumidores, e da expansão de viaturas movidas a gás natural”, afirma.
Foi concluída a primeira fase da reabilitação e ampliação das instalações de armazenagem do Gás Natural Liquefeito (GPL), na Matola, província de Maputo, que consistiu na substituição do equipamento obsoleto.