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PRECONCEITOS SÓCIO-CULTURAIS IMPEDEM ERRADIÇÃO DO HIV/SIDA

Sob os auspícios de MISAMoçambique (Instituto de Comunicação Social da África Austral) da JHPCCP (John Hopkins University Center of Communications Programs), teve lugar na última quinta- feira, em Nampula, na Faculdade de Educação e Comunicação da Universidade Católica de Moçambique, uma sessão de palestra e debate subordinada ao tema “Comunicação:Transformando as Sociedades.”

O evento, que contou com um vasto auditório, maioritariamente constituído por estudantes daquele estabelecimento de ensino superior, incidiu, na sua fase inicial, sobre diversos aspectos relacionados com o actual estágio da liberdade de imprensa no nosso país. Foram, então, abordadas várias questões pertinentes , que mereceram esclarecimentos concisos do director executivo do MISA Moçambique, Alfredo Libombo, que sublinhou que devemos ter a coragem necessária para denunciar os que obstruem a liberdade de informação, numa alusão implícita aos agentes do Estado e aos poderes políticos que, amiúde e impunemente, protagonizam acções intimidativas em relação aos jornalistas que pugnam pela isenção e verticalidade no exercício da sua actividade.

Observou, a propósito, que o MISA dispõe de um fundo específico para patrocínio de assistência jurídica aos jornalistas que, eventualmente, tiverem de enfrentar a barra do tribunal. Relativamente às propaladas ameaças proferidas pelo governador de Tete, Idelfonso Muanantatha, ao correspondente do Jornal “Notícias” naquela província, Bernardo Carlos, o director executivo do MISA afirmou que o governante em causa foi já instado a retratar-se face à sua ignóbil atitude, que constitui um grave atentado à liberdade de imprensa e ao direito à informação.

A segunda fase da sessão comportou uma palestra conduzida por Patrick Devos, representante da JHCCP em Moçambique, que, confessando-se deveras alarmado com a tenebrosa situação de HIV/SIDA que não apresenta quaisquer perspectivas imediatas de abrandamento, solicitou aos presentes sugestões tendentes a identificar as causas que estarão, de facto, subjacentes aos crescentes índices da pandemia no país, que se traduzem em 1.5 milhões de pessoas infectadas em todo o território nacional.

Várias foram as contribuições apresentadas em função das análises que concluíram que as mensagens difundidas, desde 1986 (altura em que a doença foi declarada) até à data, estão a falhar catastroficamente porquanto delineadas de forma desfasada. Por conseguinte, foi sugerida a adopção de uma estratégia efectivamente adequada à realidade cultural das populações destinatárias das respectivas mensagens de persuasão.

E a eleição de membros modelos da comunidade para encabeçar as acções de disseminação. Além do envolvimento dos media que poderão exercer um papel importante da divulgação das mesmas. Segundo Patrick Devos, a JHCCP está, presentemente, a implementar projectos de apoio de combate à doença do século em 35 países, incluindo Moçambique, onde actua em parceria com o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Combate ao SIDA.

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