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Portugal: moçambicanos recordam vida e obra de Mondlane

A Vida e Obra de Eduardo Mondlane, primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), foi, mais uma vez, recordada sexta-feira passada numa cerimónia simbólica mas carregada de emoção, realizada na Embaixada de Moçambique, na capital portuguesa, Lisboa.

Tratou-se de palestras por ocasião do 25 de Setembro, que este ano coincidiu com o 45º aniversário do desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional, orientadas pelos professores Adriano Moreira, um amigo de Moçambique, e Afonso Menezes Camba (antigo Combatente e Professor na Universidade Técnica de Moçambique). Adriano Moreira foi Ministro do Ultramar entre 1961-1963, criando os Estudos Gerais Universitários de Lourenço Marques (hoje Maputo) e Luanda, Angola.

Num auditório constituído maioritariamente por estudantes moçambicanos em Portugal, os dois palestrantes deram autêntica aula sobre a Vida e Obra de Eduardo Chivambo Mondlane e sobre a Luta de Libertação de Moçambique e o papel das Forças Armadas em momentos de Paz.

Adriano Moreira, membro das academias Brasileira de Letras, das Ciências de Lisboa, de Marinha, de Ciências Morales e Políticas de Madrid, Espanha, e Portuguesa da História, centrou a sua palestra no momento em que se conheceu com Eduardo Mondlane na década de 50, nas actividades deste obreiro da Independência de Moçambique nas Nações Unidas, onde foi funcionário, na dominação colonial portuguesa em África, incluindo Moçambique e Angola, bem como nas razões que forçaram os moçambicanos a pegarem em armas para lutar pela independência, entre outros aspectos.

Em Janeiro de 2009, o Governo de Moçambique fez o lançamento oficial, através de uma exortação a todos os moçambicanos, do “Ano Eduardo Mondlane”, em homenagem e em torno das comemorações dos 40 anos da morte do Doutor Eduardo Chivambo Mondlane, Arquitecto da Unidade Nacional, o Fundador e o Primeiro Presidente da Frente de Libertação de Moçambique. Na ocasião, o Governo moçambicano instou as instituições, as comunidades, as associações, a Sociedade Civil, os Partidos Políticos” e a todos os moçambicanos em geral à fazerem de 2009 um ano de festa, de consolidação da Unidade Nacional, do reforço de auto-estima e do espírito patriótico, de reflexão e de inspiração da luta contra a pobreza, com manifestações e iniciativas de índole cultural, políticas, desportivas, recreativas e pedagógicas que concorram para a valorização e imortabilidade daquele que foi o obreiro da Independência.

Por seu turno, Afonso Camba focalizou a sua palestra nas várias fases da história de Moçambique, desde a penetração colonial, formação da Frente de Libertação de Moçambique, na Luta Armada que culminou com a independência em 1975, a guerra de desestabilização apadrinhada pelos regimes minoritário da ex-Rodésia do Sul de Ian Smith (hoje Zimbabwe) e do apartheid sul-africano, o Acordo Geral de Paz de Roma, rubricado em 1992 pelo governo moçambicano e a RENAMO, exmovimento rebelde, e a formação das FADM (Forças Armadas de Defesa de Moçambique) resultante da extinção das Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM).

Neste momento, as FADM têm a missão de assegurar de forma permanente a manutenção dos desígnios da paz, de modo a contribuírem para o crescimento social e económico do país. Ainda por ocasião da celebração do 25 de Setembro foi inaugurada na Embaixada de Moçambique em Lisboa uma exposição fotográfica que retrata as várias fases da vida do pais, incluindo na área cultural, onde destaque vai para as belas actuações da Companhia Nacional de Canta e Dança (CNCD).

O embaixador de Moçambique em Portugal, Miguel Mkaima, aproveitou a ocasião para apelar os moçambicanos na diáspora, com particular destaque para os do Círculo Eleitoral da Europa, a afluírem às urnas no dia 28 de Outubro próximo. “O voto de cada um de vós vale muito”, sublinhou Miguel Mkaima. Sobre a campanha eleitoral para o pleito de 28 de Outubro, em curso desde o dia 13 de Setembro corrente, o embaixador moçambicano apelou igualmente aos partidos políticos concorrente para uma “campanha digna e de respeito” pelos princípios básicos de democracia.

Para além da Frelimo, no poder em Moçambique, estão a levar acções de campanha eleitoral em Portugal a Renamo, o maior partido da oposição, e o recemcriado MDM (Movimento Democrático de Moçambique). Dos três, a Frelimo é o único partido que te realizado acções públicas de “caça” ao voto (em Parques, jardins e outros recintos) convidando moçambicanos residentes neste Círculo Eleitoral a votarem neste partido e seu candidato, Armando Guebuza. A Frelimo, mesmo com escassos meios financeiros, segundo fontes partidárias, combina as acções públicas com contactos interpessoal e porta-aporta.

O MDM e a Renamo optam por acções discretas privilegiando contactos via telemóvel (SMS), principalmente no seio de jovens estudantes. Contactado pela AIM, em Lisboa, o coordenador do MDM em Portugal, Zacarias Abdula, descartou a realização de actividades públicas de “caça” ao voto, relativamente às Presidenciais, alegando falta de recursos financeiros. Europa (Portugal e Alemanha) é um dos nove Círculos Eleitorais onde o MDM foi excluído pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) por irregularidades nas listas apresentadas, assunto neste momento em análise no Conselho Constitucional.

A fonte reconheceu, entretanto, que a mensagem de voto ao MDM e ao seu candidato, Daviz Simanga, tem tido resposta “positiva”, mas lamentou o facto de alguns estudantes não poderem manifestar abertamente o seu apoio.

Por seu turno, o candidato da Renamo a deputado da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, pela Europa, António Pedro Chichone, confirmou igualmente em contacto com a AIM estar a levar a cabo contactos porta-a-porta com potenciais eleitores nesta parcela do mundo. António Chichone, que até aábado passado ainda não havia lançado formalmente a campanha eleitoral, promete intensificar os contactos proximamente.

“É possível mobilizar muita gente em pouco tempo”, disse ele, prometendo convocar Conferencia de Imprensa para apresentação do candidato.

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