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Portugal está sob pressão para aceitar ajuda da UE/FMI

É crescente a pressão por parte de Alemanha, França e outros países da zona euro para que Portugal procure ajuda financeira da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse neste domingo uma fonte sênior do bloco. Algumas discussões preliminares sobre a possibilidade de Portugal pedir ajuda caso seus custos de financiamento nos mercados se tornem demasiadamente elevados acontecem desde julho, segundo a fonte.

Nenhuma negociação formal em matéria de auxílios começou ainda, afirmaram várias fontes da zona do euro, mas a pressão está aumentando dentro do Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças do bloco de moeda única. “França e Alemanha têm indicado no contexto do Eurogrupo que Portugal deve pedir ajuda mais cedo ou mais tarde”, disse a fonte sênior, acrescentando que Finlândia e Holanda expressaram a mesma opinião.

Mais cedo este domingo, um porta-voz do governo português negou numa reportagem de uma revista alemã segundo a qual Lisboa está sob pressão de Berlim e Paris para que solicite ajuda da UE e do FMI. Muitos formuladores de política monetária esperam que o pacote de resgate da UE e do FMI para Portugal represente um revés à crise de dívida na zona do euro, na qual Grécia e Irlanda já pediram socorro.

A ajuda a Lisboa teria como objetivo proteger a Espanha, que pode ser a próxima da fila. No entanto, as necessidades de financiamento de Madri levariam a capacidade de auxílio do atual fundo de ajuda da zona do euro ao limite. “A verdadeira batalha será a batalha da Espanha, mas não acho que temos chances muito maiores de sucesso”, disse a fonte.

Questionada sobre o tamanho possível de um programa de ajuda a Portugal, a fonte disse: “Mais de 50 bilhões de euros e menos que 100 bilhões de euros, falam algo entre 60 bilhões de euros e 80 bilhões de euros, mas este valor é a grosso modo, porque não sabemos as necessidades do setor bancário português.”

Portugal é visto por muitos economistas como o país periférico da zona do euro mais provável a seguir Irlanda e Grécia, que pediram ajuda e enfrentam uma batalha para reduzirem suas dívidas e os custos dos empréstimos.

Lisboa fará na próxima semana seu primeiro leilão de títulos públicos do ano, no qual ofertará até 1,25 bilhão de euros em papéis com vencimento em outubro de 2014 e junho 2020. “Esse leilão vai ser monitorado de perto”, disse a primeira fonte. O rendimento do bônus de cinco anos português no mercado secundário é 6,43 por cento e os contratos de 10 anos estão saindo a 7,26 por cento.

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