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Porto de Pemba atravessa ‘Momentos Históricos’

O porto de Pemba, situado na terceira maior baía do mundo, está a atravessar momentos considerados “históricos” no capítulo da sua existência, devido à avalanche de navios que ali atracam e de carga diversa manuseada, facto que se verifica, com incidência, nos últimos dois anos.

O director daquele porto, Ório Benzane, disse, em entrevista a este Jornal, que tal ocorre com o início da prospecção de petróleo na Bacia do Rovuma, trabalho a cargo da ANADARKO, uma empresa norte-americana, e, neste momento, o “grande cliente” do porto.

Segundo Benzane, de escoador de produtos tradicionais como a madeira, o algodão, a castanha de caju, entre outros, o porto de Pemba iniciou, desde essa altura a esta parte, com actividades específicas que nunca teve, essencialmente o manuseamento de equipamento diverso para a prospecção do crude e seus derivados.

Esta actividade, de acordo com a fonte, ocupa mais de 50 por cento das operações portuárias na actualidade e o complexo está já a sentir-se incapaz de responder à presente avalanche, devido às suas dimensões diminutas.

Aliás, e segundo o director portuário, o porto de Pemba poderá “rebentar pelas costuras” quando em Julho uma empresa italiana iniciar, igualmente, as suas pesquisas de petróleo na costa da província de Cabo Delgado.

A referida empresa já está a manusear o seu equipamento para Cabo Delgado, transportado em navios até o porto de Pemba e, daqui, para as regiões de prospecção.

‘Vamos duplicar a actividade no porto e isso constitui um grande desafio para nós. Há muita pressão sobre nós e não temos capacidade de responder a essa demanda, mas vamo-nos esforçar para não desanimar os nossos clientes’, acautelou.

Só para ilustrar o fluxo de navios que se verifica naquele porto nos últimos dois anos, a ANADARKO fez atracar 121 navios transportando diverso equipamento e carga, para além de outras embarcações comerciais que ali aportaram.

A companhia tem um navio-mãe ao largo de Mocímboa da Praia, que concentra meios humanos e técnicos para a prospecção. Há outros de pequeno calado que fazem um vaivém entre aquele navio e o porto, que se ocupam da logística e baldeamento de equipamento.

A preocupação com as dimensões e a profundidade

O porto de Pemba tem um cais com um comprimento de 180 metros e entre 9 e 11 metros de profundidade em maréalta, possuindo outras infraestruturas no pátio do complexo.

Estas dimensões, consideradas como muito reduzidas, estão a preocupar tanto os proprietários, a empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, como os seus utentes, principalmente os agentes marítimos, já que se desenha um aumento impetuoso da actividade económica em Cabo Delgado.

Segundo Ório Benzane, alguns agentes marítimos contactaram o Conselho de Administração da empresa para esboçarem um plano para ampliação do porto de Pemba.

O plano, caso se chegue a um acordo, visará a execução de trabalhos de dragagem para permitir que navios de grande calado atraquem no porto, a construção de pontes flutuantes no cais e outras benfeitorias que o elevem a outros padrões.

Aos poucos nota-se que as areias estão a atacar o cais, sendo necessário que se faça uma intervenção urgente, avisou o director, que considerou o porto de Pemba como um porto com futuro.

O porto de Pemba tem a capacidade de manusear, por ano, 64 mil toneladas de carga geral, 18 mil contentores e 7.300 metros cúbicos de combustível, dependendo das solicitações feitas pela PETROMOC.

Dados em nosso poder indicam que em 2010 o porto de Pemba manuseou 135 mil toneladas de carga contra as 105 mil planificadas, e 7.797 contentores, números considerados positivos e que contribuem, igualmente, no aumento das receitas.

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