Pornografia e desportos estão na linha de frente da nova geração da televisão que quer entrar na moda da terceira dimensão (3D) após o sucesso mundial do filme “Avatar”, de James Cameron, o de maior bilheteria da história do cinema.
Dezoito anos após o lançamento da HD (TV em alta definição), a nova tecnologia em 3D poderá chegar aos lares antes do previsto, segundo profissionais reunidos no Mercado Internacional de Programas de Televisão (MIPTV), celebrado em Cannes, no sul da França. Ainda não existem programas em terceira dimensão, mas os produtores preparam seus programas em relevo, comprova esta feira, que parece agitada pelo negócio dos programas e das telas tridimensionais na era “pós-Avatar”.
Os aparelhos de televisão em terceira dimensão (TV3D) começarão a ser vendidos na França e em outros países nas próximas semanas, mas muitos lares terão que esperar pois ainda não existem programas filmados em 3D, destacam especialistas. Os programas em 3D implicam um custo suplementar e, sobretudo, uma nova forma de filmar o desporto, os documentários e os filmes pornô, afirmam especialistas presentes no maior mercado audiovisual do mundo, que se encerra esta sexta-feira.
A tecnologia 3D representa um custo suplementar “entre 30% a 50%”, precisa Jeremy Darroch, chefe da rede via satélite britânica BSkyB, que acaba de lançar a primeira emissora em 3D da Europa. A 3D não vai alcançar só o esporte, mas também espetáculos culturais, antecipou Darroch em Cannes, enquanto outros destacam que os filmes pornô em 3D se mostram como um bom mercado. O canal Orange (France Telecom), por exemplo, vai propor as primeiras partidas de Roland Garros no formato, em um canal especial, que proporá espetáculos de dança e ópera, como “Petrouchka” e “Don Giovanni”, aos quais a terceira dimensão dará maior emoção.
O canal francês TF1 também está em fase de testes desta técnica, começando com o desporto. Para a Copa do Mundo de futebol da África do Sul, a Sonny vai filmar 25 jogos em 3D, que a TF1 exibirá nas salas de cinema. A principal produtora de documentários da França, a sociedade Gedeon, acaba de abrir uma filial dedicada à 3D. “Em um ano, a TV em 3D já estará presente e vai estourar”, disse Stéphane Millière, diretor da empresa. Mas “o número de aparelhos de TV em 3D é ainda muito limitado”, destacou Gilles Thery, responsável deste projeto na TF1, que começará a difundir seus primeiros programas em 3D no ano que vem.