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População de Mocuba rejeita pulverização que combate a malária

Iniciou esta segunda-feira (20) em todo o país a Pulverização Intra-domiciliária (PIDOM), uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde (MISAU) com vista a combater a malária, que continua a ser uma das principais causas de internamento nos hospitais moçambicanos. Este ano prevê-se abranger mais de 4.5 milhões de pessoas. Contudo, os citadinos de Mocuba, na província da Zambézia, recusaram o medicamento supostamente porque provoca doenças respiratórias e multiplica os insectos depois de ser administrado nas suas residências e acreditam que não elimina o mosquito causador da malária.

Trata-se de um problema recorrente, que faz com que algumas famílias continuem expostas ao paludismo. Milhares de pessoas ainda não percebem que a PIDOM é uma das formas mais eficazes de controlo da transmissão da malária, em parte porque as campanhas de educação cívica não surtem efeito.

Em Mocuba, no bairro Marmanelo, por exemplo, o grosso dos residentes diz que o medicamento não elimina os insectos porque os pulverizadores não misturam devidamente os remédios. Situação similar aconteceu no bairro 25 de Setembro, onde a população ignorava os agentes da saúde.

De acordo com o MISAU, da lista dos insecticidas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e comummente usados para a pulverização intra-domiciliária, constam o Dichloro-DiphenylTrichloroethane (DDT) (duração do efeito é de seis a 16 meses), o lambdacyhalothrin, o deltamethrin (duração do efeito é de dois a três meses), o bendiocarb (duração do efeito é de dois a seis meses) e o propoxur (duração do efeito é de três a seis meses).

“Quando aplicados cuidadosamente e com conhecimento, estes insecticidas não perigam a vida humana, a de animais domésticos nem o meio ambiente, pois retêm o seu efeito residual nas superfícies pulverizadas por um período de 3 a 12 meses”, indica o MISAU.

Dário Raimundo, uma das pessoas cuja tarefa é administrar o referido medicamento nas casas (rociador), disse ao @Verdade que quando os moradores se apercebe da presença das equipas de pulverização abandonam as suas residências. Esta é uma das estratégias encontradas para evitar serem abrangidos.

Entretanto, alguns pulverizadores defendem a necessidade de se intensificar a campanha de mobilização e sensibilização da população nos bairros para que aceite a pulverização, pois na nova Zona Económica Especial da Zambézia, os casos de malária são preocupantes.

O nosso interlocutor disse ainda que para a população aderir a este método de combate à malária, os líderes comunitários e religiosos devem também serem envolvidos. Segundo Raimundo, até ao meio dia desta segunda-feira, a equipa por ele liderada tinha pulverizado apenas duas casas.

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