A greve do Sindicato Nacional dos Enfermeiros e Pessoal Paramédico (SYNAPA) no Burundi começou a tomar uma nova fase, sobretudo no interior do país, na sequência da intervenção “rigorosa” da Polícia, Quinta-feira (20), em vários hospitais para dispersar os grevistas, noticiaram, esta Sexta-feira (21), os jornais locais.
O Governo mostrou-se severo nestes últimos dias e quer que os grevistas retomem o serviço “ou que permaneçam em casa”, guardando abertas as portas do difícil diálogo social.
Uma reunião realizada no início desta semana, entre os representantes dos grevistas e o segundo Vice-Presidente burundês encarregue das Questões Socioeconómicas, Gervais Rufyikiri, não culminou em nenhum compromisso em relação às reivindicações salariais dos grevistas.
No que diz respeito a nova viragem num dos longos movimentos de greve do sector da saúde pública, vários casos de detenção pela Polícia foram registados, Quinta-feira.
A greve dura há quase três semanas e o SYNAPA não parece querer renunciar ao movimento antes da satisfação das reivindicações.
O serviço mínimo, que era até ao presente garantido nos hospitais públicos, já não é assegurado nas zonas onde a Polícia fez intervenções rigorosas desde Quinta-feira, noticiou sempre a imprensa local.
A Rádio Pública Africana (RPA, independente) fala de doentes que teriam sido abandonados sobre a mesa de operação dum grande hospital do norte do Burundi, na sequência dum pânico generalizado que dominou os enfermeiros.
Na maternidade de Muramvya, no centro do país, um caso de morte dum recém-nascido foi registado e estaria ligado à falta de assistência médica, na noite da Quinta-feira.