A polícia de Monróvia, capital da Libéria, disparou gás lacrimogéneo, esta quarta-feira (20), para dispersar uma multidão com pedras nas mãos que tentava sair de um bairro colocado sob quarentena por causa do vírus do ébola, dissera testemunhas. A presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, declarou nesta terça-feira recolher obrigatório no país a partir das 21h até às 6h, para ajudar no combater da expansão do ébola no país mais afetado pelo vírus, onde já morreram desde o início do surto, em março, 466 pessoas.
As autoridades locais colocaram sob quarentena os populosos bairros de West Point, na capital, Monróvia, e Dolo Town, no condado de Margibi, a uma hora da capital.
Não houve relatos de feridos no confronto, o qual, segundo testemunhas, começou depois de as forças de segurança terem bloqueado vias de saída do bairro no início da quarta-feira, utilizando mesas, cadeiras e arame farpado.
Os residentes de West Point disseram não ter recebido alertas do bloqueio, o que os impediu de ir ao trabalho ou comprar comida. “Vimos o bloqueio apenas esta manhã. Saímos e não podíamos ir a lugar nenhum. Eu não ouvi de nenhuma autoridade o que aconteceu”, disse Alpha Barry, de 45 anos, que trabalha numa casa de câmbio.
“Eu não tenho nenhuma comida e estamos com medo”, disse Barry, que disse ser de Guiné e ter quatro filhos menores de 13 anos.
Uma multidão em West Point invadiu um centro temporário que abrigava pessoas com suspeita do ébola no fim de semana, e 17 pacientes fugiram. Todos eles foram recuperados e estão a ser tratados noutro centro, segundo o governo.