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PGR afirma haver indícios de lavagem de dinheiro no sector imobiliário

O Procurador-Geral da República (PGR), Dr. Augusto Paulino, afirmou haver indícios de lavagem de dinheiro no sector imobiliário em Moçambique. Argumentou que o volume das construções que se verificam nas grandes cidades e principalmente em Maputo, não podem ser suportados pela economia nacional.

Segundo o jornal Canalmoz, Augusto Paulino fez este pronunciamento durante uma aula de sapiência que ministrou na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), esta segunda-feira, em Maputo. O Procurador-Geral da República falou ainda sobre o crime organizado em todo o mundo e referiu que a infiltração da máfia nos serviços do Estado não é uma questão exclusiva dos países pobres, como Moçambique. Deu exemplo de grupos de máfias que actuam em Estados fortes, dos países mais ricos do mundo. Falou da “Casa Nostra”, nos EUA e Canadá; a “Máfia da Cecília”, na Itália; “mafiosos profissionais na Rússia, Índia e Turquia; da Yacusa, no Japão”, e daí passou a falar de Moçambique.

O jornal Canalmoz citando o PGR escreve que “No nosso caso, Moçambique, a lavagem de dinheiro parece incidir sobre o negócio imobiliário, sabido que a economia nacional não é capaz de comportar construções de dimensão das que vegetam nas grandes cidades, com destaque para a capital do país”, disse o PGR. Sobre o tráfico de droga e seres humanos, Augusto Paulino disse que “Moçambique é um país de trânsito, na rota internacional para África do Sul, de migrantes de países asiáticos e do Médio Oriente”. E reconheceu que para além de trânsito “temos situações de tráfico de nacionais para a África do Sul, para exploração sexual”.

Augusto Paulino assumiu ainda que “Tal como no caso de tráfico de pessoas, relativamente à droga, Moçambique não tem capacidade económica de consumo de quantidades significativas de drogas. Importa reconhecer, todavia, que temos tido soluções menos conseguidas para gerir o fenómeno”.

De acordo com o Canalmoz, Augusto Paulino falou ainda dos três casos específicos de tráfico de droga popularmente conhecidos em Moçambique. Falou das 40 toneladas de haxixe que foram apreendidas em 1998, na cidade de Maputo, referindo que “estavam em trânsito algures”. Mencionou o caso de pescadores que “recolheram grandes quantidades de haxixe nas margens do Oceano Índico, em Chongoene (província de Gaza). Disse “admitir” que esta droga “havia sido baldeada no Canal de Moçambique”, isto no ano de 2009. Referiu-se, também, a 947 quilos de suruma que foram apreendidos na cidade de Tete, depois que um camião proveniente do Malawi, aparentemente transportando tabaco daquela país vizinho, se despistou e deixou cair a carga que levava na bagageira. O PGR mencionou estes casos de tráfico de droga, seres humanos e lavagem de capitais em Moçambique, para evidenciar que há crime organizado em Moçambique e disse que a preparação da Polícia é fundamental para combater, mas principalmente prevenir a criminalidade.

O Canalmoz escreve que o PGR falou também da falta de meios e doutras dificuldades que enfrentam os que lutam contra a criminalidade, desde juízes, procuradores e Polícia. “Juízes ou procuradores ou mesmo polícias activos nos exercícios das suas funções têm três destinos díspares: ou acabam na Política, o que é um mal menor, mas um mal; ou acabam se aliando ao crime organizado, o que é pior; ou acabam no cemitério, o que é péssimo”, disse o PGR.

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