A pesquisa de hidrocarbonetos no bloco do Buzi, em Sofala, vai entrar na fase crucial, com a previsão da abertura, nos próximos meses, de pelo menos dois furos de testagem da comercialidade das quantidades de gás natural descobertos.
Na década 60 foi descoberta a ocorrência de gás natural no bloco do Búzi, no entanto as quantidades foram consideradas como não sendo viáveis, sob ponto de vista económico, razão por que o Governo concessionou a área à Kalila, uma empresa de procedência indonésia, para estudos mais aprofundados.
Nelson Ocuane, Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que participa na concessão com 25 porcento, é citado pelo jornal Notícias a dizer que neste momento decorre a segunda fase de aquisição sísmica.
Ocuane explicou ainda que a aquisição sísmica em 2D, que decorre desde Dezembro do ano passado, está a ser feita numa área de aproximadamente 300 quilómetros.
“Fizemos a aquisição de dados sísmicos para reinterpretar a avaliação do estudo ambiental e identificar as zonas potenciais nas quais poderemos investir na abertura de furos”, referiu Ocuane numa entrevista concedida jornal Notícias.
Para que o gás natural do Búzi seja economicamente viável deve existir pelo menos 1,5 TCF, quantidade que seria suficiente para sustentar pelo menos o consumo interno, incluindo a geração de energia eléctrica.
Até ao momento foram investidos no bloco do Búzi 7,7 milhões de dólares norte-americanos, devendo a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos contribuir com cerca de dois milhões de dólares, o correspondente a 25 porcento do orçamento global.
O bloco do Búzi está localizado ao longo da bacia sedimentar de Moçambique, uma das regiões menos exploradas até ao momento do ponto de vista de conhecimento do seu potencial em hidrocarbonetos.
A única exploração comercial de gás natural na bacia sedimentar de Moçambique está a ser feita pela Sasol, nomeadamente nos jazigos de Pande e Temane, na província de Inhambane. Grande parte do recurso explorado neste projecto é exportada para a vizinha África do Sul, sendo que a outra é consumida a nível interno.
Para maximizar o consumo do gás de Pande e Temane em Moçambique está em curso a construção de uma conduta para alimentar a cidade de Maputo, numa primeira fase, devendo o projecto ser estendido para o distrito de Marracuene, posteriormente, num investimento calculado em 38 milhões de dólares.
Além disso, a ENH está apostada em fazer pelo menos 500 ligações domésticas para o consumo de gás no norte da província de Inhambane.