Mais de metade dos cerca de 700 mil trabalhadores moçambicanos do sector formal está em situação precária em termos de manutenção dos seus postos laborais e ainda desprovidos de qualquer forma de negociação para melhorarem as suas condições de trabalho.
Os mesmos recebem apenas o correspondente ao salário mínimo nacional que é actualizado anualmente pelo Governo “e apenas têm isso porque o Governo o aprova e impõe, caso contrário receberiam muito abaixo daquele valor”, revelou, ao Correio da manhã, Amós Matsinhe, presidente da Central Sindical Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM-CS), acrescentando que “nem têm condições de reivindicar nada, sob pena de serem expulsos sempre que pedirem o melhoramento da sua vida”.
Como sectores críticos abrangidos por estes constrangimentos, Amós Matsinhe indicou as áreas de Construção Civil, Agricultura, Indústria Extractiva, Pescas, Comércio e Transportes e Comunicações.
Refira-se, entretanto, que cerca de 1400 milhões de trabalhadores moçambicanos do sector familiar têm vindo a perder emprego desde 1996 até o primeiro semestre de 2011 devido às privatizações em Moçambique e à crise financeira mundial que abala o mundo desde 2007.