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Subiu para 67 as vítimas mortais do aparente envenenamento em Chitima, centro de Moçambique

Subiu para 67 o número de pessoas, várias da mesma família, que perderam a vida no distrito de Cahora Bassa, na província de Tete, em consequência da aparente ingestão de uma bebida de fabrico caseiro, conhecida localmente por pombe, durante uma cerimónia que aconteceu na sexta-feira(09) em Chitima, vila sede deste distrito do centro de Moçambique. Há uma criança de dois anos está entre as vítimas mortais. Outras quatro dezenas de pessoas, de ambos os sexos, estão a receber tratamento médico no Centro de Saúde de Chitima e no Hospital Rural do Songo.

As vítimas tomavam parte num funeral em Chitima assim como outras dezenas de pessoas, segundo uma fonte contactada telefonicamente pelo @Verdade. Enquanto aguardavam pela chegada da urna, que ainda estava na morgue do Hospital do Songo, decidiram dirigir-se uma residência vizinha e adquirir a bebida caseira para consumo, destilada a partir de farelo, prática habitual na região em cerimónias similares.

Ao que tudo indica foi adquirido um tambor, com cerca de 200 litros de pombe, que foi consumido por pelo menos 121 pessoas de ambos os sexos e de várias idades. “Alguns deles, que não estão neste número, compraram a bebida para posterior consumo.

Na madrugada de sábado(10) dezenas de pessoas começaram a dar entrada no Centro de Saúde de Chitima com “diarreia, vómitos, dor abdominal e fraqueza geral, uma boa parte das pessoas entram em estado de incosciência”.

Vários desses pacientes acabaram por ser transferidos para o Hospital Rural do Songo, devido a gravidade do seu estado clínico e a pouca capacidade de tratar tantos doentes em Chitima.

De acordo com a nossa fonte até cerca das 14 horas de sábado tinham sido admitidos no Hospital Rural do Songo 25 pessoas, cinco acabaram perdendo a vida nessa tarde. “A essa hora já se contabilizavam 23 pessoas mortas em Chitima”.

Até as 18 horas contabilizavam-se 26 vítimas mortais no Centro de Saúde de Chitima e outras cinco no Hospital Rural do Songo.

Entretanto, até as 10 horas deste domingo(11), o número de vítimas mortais não parou de aumentar: mais seis mortos no Hospital Rural do Songo e mais 21 mortos no Centro de Saúde de Chitima.

“Na madrugada de ontem(sábado) para hoje(domingo) deram entrada sete pessoas no Hospital Rural do Songo vindos de Chitima, e as 8h30 deram entrada mais oito pessoas (…) muitos deles vem por meios próprios nem passam sequer pelo Centro de Saúde de Chitima” relatou-nos a nossa fonte.

A Directora Provincial da Saúde em Tete, Carla Mosse, citada pela Rádio Moçambique, disse que as autoridades não têm ainda conhecimento das causas da tragédia, avançando que estão a ser colhidas amostras não só da bebida em causa, como também da urina e sangue e conteúdos gástricos que serão enviados à capital do país, Maputo.

“Não temos capacidade interna para análises. As amostras serão enviadas para Maputo e eventualmente para a África do Sul” revelou Carla Mosse, adiantando que só a partir dos resultados das análises se saberá se a causa das mortes foi por envenenamento ou não.

Entretanto a nossa fonte refere ter sido encontrado um frasco pequeno dentro do tambor(do pombe consumido) que continha partículas verdes “daí surge surge a suspeita de envenenamento”. A fabricante da bebida caseira, e um filho seu, também estão entre as vítimas mortais o que dificulta apurar o que poderá ter acontecido com a bebida.

Entre os doentes em tratamento no Hospital Rural do Songo, que teve de requisitar os serviços de todo o seu pessoal médico disponível (pouco mais de uma dezena de profissionais entre médicos e enfermeiros), está uma cidadã grávida.

Entretanto não pára de aumentar o número de vítimas mortais, até a noite deste domingo tinham perdido a vida 20 pessoas no Hospital Rural do Songo e outras 47 no Centro de Saúde de Chitima.

O Ministro da Saúde Alexandre Manguele está em Tete e neste domingo esteve em ambas unidades sanitárias onde continuam a receber tratamento dezenas de outros pessoas que consumiram esta bebida de fabrico caseiro.

O Governo decretou três dias de luto nacional.

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