O partido islamita Ennahada (maioritário no Parlamento tunisino) aceitou retirar-se do Governo como forma de garantir a realização das próximas eleições “em condições de neutralidade”, declarou, terça-feira, o seu presidente, Rached Ghannouchi.
“Depois do ataque perpetrado contra Mohammed Brahmi (deputado oposto ao Ennahada) em Julho último, vários deputados da oposição retiraram-se da Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Achámos que sairmos seria a melhor forma de permitir a todos os parceiros continuar a desempenhar o seu papel para elaborar a nova Constituição», explicou numa entrevista exclusiva ao diário belga “Le Soir”, na sua edição de terça-feira.
Segundo ele, a Tunísia está agora pronta para “eleições livres, neutras e honestas e virar a página da era Ben Ali (Presidente tunisino derrubado em janeiro de 2011 por uma revolução popular) para dizer que a Tunísia é a primeira República democrática do mundo árabe», concluiu.
O Ennahada é o partido maioritário no seio do Parlamento onde possui 89 dos 217 assentos da Assembleia Nacional Constituinte tunisina.