Apesar dos escândalos envolvendo as suas lideranças e dos problemas económicos que o país atravessa, o Congresso Nacional Africano (ANC), há 20 anos no poder, conquistou ampla maioria nas eleições na África do Sul. Com 95% de urnas apuradas nesta sexta-feira (09), a agremiação havia angariado 62,5% dos votos, garantindo assim a maioria parlamentar que assegura o segundo mandato de cinco anos do presidente Jacob Zuma, apesar das acusações de corrupção que pesam contra ele.
O porta-voz do CNA, Jackson Mthembu, considerou que o partido recebeu dos eleitores um “mandato impressionante”.
Apesar de ter conquistado uma expressiva maioria, o ANC contabilizou uma perda significativa em relação ao pleito anterior, quando havia conquistado 66% dos votos, ficando ainda um pouco abaixo dos dois terços necessários para a aprovação de emendas constitucionais no parlamento.
Entretanto o maior partido de oposição, a Aliança Democrática, conseguiu apoio significativo dos eleitores, principalmente nas áreas urbanas, e angariou 22% dos votos, em contraste com os 17% obtidos na eleição anterior, em 2009.
A recém-formada agremiação de esquerda Economic Freedom Fighters (“Lutadores pela Liberdade Econômica”, em tradução livre), do candidato populista Julius Malema, conquistou surpreendentes 6,1% dos votos apurados.
Ambos os partidos de oposição beneficiaram-se dos escândalos envolvendo o presidente Zuma e do descontentamento de uma parcela significativa da população com o ANC, que governa o país desde o fim do apartheid, em 1994.