O partido da líder da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi decidiu na segunda-feira não participar nas primeiras eleições das últimas duas décadas em Mianmar, organizadas pela junta militar que governa o país do sudeste asiático.
Mais de 100 membros do comité central da Liga Nacional pela Democracia (LND), reunidos em Yangun, apoiaram a postura da Prémio Nobel da Paz, que na semana passada afirmou que era contrária à inscrição do partido nas listas para as legislativas, por considerar “injusta” a lei eleitoral. “A LND decidiu não registrar o partido”, afirmou Nyan Win, porta-voz de Suu Kyi.
A legislação elaborada pelo regime ditatorial para as eleições obriga os partidos a expulsar as pessoas detidas, como é o caso de Suu Kyi, que cumpre atualmente uma pena de 18 meses de prisão domiciliar.
A LND venceu as eleições de 1990 de forma inesperada, dois anos depois da revolta popular de 1988. Mas a junta militar não abdicou do poder e se negou a reconhecer o resultado da votação. Desde então, Suu Kyi passou 14 anos privada da liberdade.