O Parlamento sudanês qualificou na segunda-feira o Sudão do Sul de “inimigo”, e solicitou a pronta retomada de uma região petrolífera em disputa, num momento em que os dois rivais de uma longa guerra civil, separados desde o ano passado, estão novamente às portas de um conflito generalizado.
O Sudão do Sul, que ficou independente em julho, capturou na terça-feira passada o campo petrolífero de Heglig, levando seu vizinho do norte a prometer reconquistar a área “por todos os meios”. Heglig é vital para a economia sudanesa, produzindo cerca de metade dos seus 115 mil barris de petróleo por dia.
O presidente do Parlamento sudanês, Ahmed Ibrahim al Tahir, acusou no plenário o partido MPLS (Movimento Popular de Libertação do Sudão), que governa o Sul, de constituir uma ameaça à segurança do Sudão.
“Declaramos que iremos confrontar o MPLS até acabarmos seu domínio sobre o Sul, e vamos trabalhar para reunir os recursos a fim de realizar esse objetivo”, disse ele. “Estamos numa batalha que não termina com a recuperação de Heglig, mas com um fim para o perigo que vem do Sudão do Sul.”
O Parlamento em seguida aprovou uma resolução que descreve o MPLS como “um inimigo”, mas não ficou claro qual é a consequência que isso acarreta. O ministro sul-sudanês da Informação, Barnaba Marial Benjamin, classificou a decisão de “ridícula”. “Como podem nos chamar de inimigos?”, disse.
O Sudão do Sul diz que Heglig lhe pertence, e que só vai retirar suas tropas se a ONU mobilizar uma força neutra para monitorar um cessar-fogo.