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Ataques em Cabul duram 18 horas; Karzai aponta falha da NATO

Os violentos combates entre os militantes do Taliban e as forças de segurança nas ruas do centro de Cabul terminaram, esta Segunda-feira, depois de 18 horas de tiroteios, explosões e disparos de foguetes, segundo as autoridades.

Os confrontos, que começaram por volta do meio-dia do Domingo, espalharam-se durante a noite por bairros centrais da capital afegã.

O Ministério da Defesa disse que 32 insurgentes foram mortos nos ataques, que paralisaram o bairro governamental da cidade.

Houve combates também em três outras províncias afegãs, no que o Taliban disse ser o início duma ofensiva de primavera. Um combatente foi capturado.

“Em apenas um curto período conseguimos estancar os seus planos diabólicos, e todos os 32 insurgentes foram mortos. Eles portavam trajes suicidas, mas não conseguiram fazer nada excepto serem mortos”, disse o chefe de operações do ministério, Afzal Aman.

O presidente afegão, Hamid Karzai, afirmou, esta Segunda-feira, que a enorme ofensiva do Taliban em Cabul e noutras províncias mostrou uma falha nos serviços de inteligência, e especialmente os da NATO.

Na sua primeira declaração sobre os ataques, Karzai também disse que as forças de segurança afegãs mostraram-se capazes de defender e garantir segurança ao país.

Mas o incidente ilustra a capacidade dos militantes de atacaram alvos valiosos no coração da capital, mais de dez anos depois de o regime islâmico do Taliban ter sido derrubado por grupos locais apoiados por forças estrangeiras.

Ele representa também um revés para o presidente dos EUA, Barack Obama, que gostaria de usar a campanha contra o Taliban, e o plano para retirar as tropas de combate do Afeganistão até o final de 2014, como trunfos na sua campanha a reeleição, neste ano.

Embaixadas e prédios públicos

Quatro insurgentes morreram a atacarem o Parlamento afegão e seis foram mortos num prédio em construção, bombardeado pela NATO depois de ter sido ocupado pelos militantes para dispararem rifles e granadas de propulsão na direcção do bairro diplomático de Cabul.

Houve também quatro mortes na zona leste da capital, e nove num ataque a um quartel da NATO em Jalalabad (leste), segundo Aman.

Três soldados afegãos morreram e dez ficaram feridos nos combates, que só terminaram ao alvorecer, com a intervenção das forças especiais. Oito policiais foram mortos e 36 ficaram feridos em confrontos em Cabul e nas províncias.

A ofensiva, que começou com ataques a embaixadas, um supermercado, um hotel e o Parlamento, foi uma das mais sérias na capital em mais de dez anos de guerra. Karzai ficou entrincheirado no palácio presidencial.

O Taliban assumiu a responsabilidade pela ofensiva, mas algumas autoridades disseram que houve, provavelmente, envolvimento também da rede Haqqani, composta por militantes tribais da etnia pashtun, aliados do Taliban, que vivem na região da fronteira com o Paquistão.

Um porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, disse à Reuters que a ofensiva foi planeada durante meses, em vingança contra vários incidentes envolvendo tropas dos EUA no Afeganistão, incluindo a queima de exemplares do Alcorão num quartel da NATO, e o massacre de 17 civis por um soldado norte-americano.

Ele prometeu que haverá mais acções.

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