As acções de combate ao HIV/Sida em Moçambique estão a ser condicionadas devido aos efeitos da crise económica mundial no país, afirmou o deputado Saimone Macuiane, presidente do Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao HIV/Sida(GPPC-HIV/Sida), pois grande parte dos fundos para o combate a esta pandemia provêm da comunidade internacional.
O Diário de Moçambique cita o deputado que apresentava o informe das actividades realizadas pelo gabinete por ele presidido, o país não dispõe de recursos suficientes para enfrentar a pandemia, o que se consubstancia na falta de condições para a assistência adequada aos pacientes, principalmente os que se encontram a residir no campo, chegando, os mesmos, a percorrer longas distâncias para chegar aos postos de saúde a fim de receber o tratamento anti-retroviral. “Esta situação faz com que as pessoas abandonem o TARV. Aliado a isto, está a falta de fundos para as deslocações de monitoria e avaliação das actividades, atraso ou corte de desembolso de fundos por parte do CNCS, falta de meios de comunicação, entre outros”, salientou.
Face a este problema, o GPPC-HIV/Sida apela ao Governo a direccionar maior apoio e incentivos aos projectos de auto-rendimento, essencialmente na vertente agro-pecuária, considerando que o trabalho de prevenção e mitigação do impacto da Sida está sendo realizado. O gabinete entende que muitos dos doentes desistem do tratamento por falta de alimentação adequada. Recomenda que se potencie o CNCS com vista à materialização dos programas e projectos existentes ao nível nacional, entre outras iniciativas.
Dados relativos à incidência do HIV/Sida indicam que 11,5 por cento da população moçambicana com idade entre 15 e 49 anos está infectada pelo vírus, sendo que o risco de infecção se revela significativamente maior entre os residentes nas zonas urbanas (15,9 por cento), em relação aos das rurais (9,2 por cento). Os mesmos dados indicam ainda que a prevalência nos homens e nas mulheres cresce com a idade até atingir um pico, entre 25 e 49 anos, para as mulheres, representando 16,8 por cento, 35 e 39 anos, para os homens, o equivalente a 14,2 por cento.
Por outro lado, a taxa de prevalência entre mulheres dos 25 a 49 anos é de 3,3 por cento, na província do Niassa, que apresenta o valor mais baixo, contra 15,6 na província da Zambézia, com a taxa mais alta. Entre os homens da mesma faixa etária, varia de 3,3 por cento, na província de Nampula, a 19,5 por cento na província de Maputo. Em termos regionais, de uma forma geral, a taxa de prevalência de ambos os sexos, na idade entre os 15 e os 49 anos varia de 5,6 por cento, na região Norte, a 12,5 no Centro e 17,8 no Sul.