A Fúria Roja teve que aplicar-se a fundo para vencer o Paraguai e ultrapassar a barreira de cinco jogos num Campeonato do Mundo de futebol, David Villa voltou a ser o herói marcando o único golo de um jogo que teve dois penaltis falhados, um para cada lado. Com este resultado, a Espanha já igualou o melhor desempenho do país na história dos Mundiais: o quarto lugar obtido no Mundial de 1950.
O matador Villa assumiu a liderança da lista dos melhores marcadores do Mundial de 2010, com cinco golos, e chegou a 43 tentos marcados com a camisa da Espanha, a apenas um do recordista (Raúl). O Paraguai lutador, forte na defesa e pressionante a meio campo, resistiu como e até onde pôde para dar o apuramento aos espanhois e deixa a Àfrica do Sul honrado com a inédita participação nos quartos de final.
Conhecida como uma das seleções que melhor defesa tem o Paraguai entrou para o Ellis Park, em Johannesburg este sábado, disposto a não sofrer golos, só havia sofrido um frente a Itália do jogo de estreia, e em contra-ataque criar perigo a equipa de Vicente Del Bosque. A Fúria sabia ao que vinha e entrou paciênte procurando fazer o seu carrosel ofensivo mas os sul americanos pressionavam até ao guarda-redes Casillas.
Com segurança atrás os paraguaios arriscaram o ataque e Jonathan Santana, logo com um minuto, recebeu pelo meio e chuotu para defesa de Casillas, a seguir Riveros, aos oito minutos, cabeceou para fora e aos 20 minutos Alcaraz não subiu suficientemente nas alturas para cabecear com sucesso.
Só perto da meia hora de jogo a Espanha conseguiu rematar com perigo a baliza adversária, Xavi recebeu no centro, rodopiou e rematou sem ensaiar, quase tirou as medidas certas ao guarda redes Villar mas a bola saiu por cima do travessão. O Paraguai defendia-se bem e atacava com perigo, aos 34 minutos Santana chega ligeiramente atrasado para emenda de um cruzamento de Morel. Aos 41 minutos chegou-se a comemorar um golo dos sul americanos mas a jogada foi anulada por fora de jogo de Cardozo.
O intervalo chegou com a Espanha a controlar da bola, mas faltou infiltração de Fernando Torres, que continua sem marcar, Villa e Xavi bem marcados não tiveram o brilho de outros jogos.
A história de grande parte da segunda metade do jogo foi parecida com a da primeira metade, onde nem de bola parada a Espanha conseguiu penetrar na muralha paraguaia, até que aconteceram dois penaltis, ou três. Ou, melhor ainda, quatro!
O primeiro foi a favor do Paraguai, o central Piqué agarrou Cardozo na área aos 58 minutos. O próprio camisa 7, autor do último golo guarani na disputa por penalidades contra o Japão, nos oitavas de final, partiu para a jabulani rematou e Casillas defendeu.
Após a defesa, a Espanha saiu para o ataque e Villa arrancou um penalti a Alcaraz. Xabi Alonso foi chamada para marcar e rematou sem hipóteses para o guarda-redes, mas o àrbitro guatemalteco Carlos Brates, mandou repetir o penalti porque houve os jogadores espanhóis ansiosos invadiram a àrea sul americana antes da marcação, tal como haviam feito no penalti que Cardozo não marcou, só que aí o juíz não mandou repetir.
Novamente Xabi Alonso para a marcação, terceiro penalti do jogo, e desta vez o guarda-redes Villar adivinhou o lado para o qual a jabulani foi rematada e com uma palmada defendeu o penalti. Na disputa do ressalto o guarda-reddes atingiu as pernas de Fábregas. Seria novo penalti à favor da Espanha, o juiz mandou seguir jogo. Depois a fúria tomou conta dos espanhóis que viram no ecrán do estádio a repetição da jogada.
Os penaltis falhados tiveram o condão de abrir o jogo e levaram o Paraguai a acreditar que poderia vencer um dos favoritos ao título mundial. Mas a Fúria fervilhava ainda mais e atacava cada vez melhor até que chegou o minuto 83, Iniesta rompe pelo centro até a entrada da área e passou para Pedro, que na quina da àrea rematou forte e contra o poste esquerdo a bola sobra para David Villa, que como um matador enfrentanto um touro, deu a golpada final, remate forte, com a jabulani ainda a beijar o poste esquerdo de Villar, rolou sobre a linha de golo bateu no poste direito e entrou para a êxtase espanhola depois de tanto sofrimento.
Os guerreiros guaranis não desistiram, o treinador Gerardo Martino lançou Lucas Barrios para o campo, no lugar de Cáceres, e o jogo continuo aberto. Aos 88 minutos, Casillas salvou novamente a Espanha depois de um remate Barrios, o guarda-redes recuperou e com o pé esquerdo salvou um remate à queima-roupa de Santa Cruz no ressalto.
Vitória da Espanha, num dos jogos mais emotivos deste Mundial, que vai disputar com a Alemanha na quarta-feira, às 15h30 em Durban, um lugar inédito no seu historial na final de 11 de Julho no Soccer City. O jogo contra os alemães é uma repetição da final do campeonato Eurpeu de 2008, onde a Fúriavenceu com um golo de Fernando Torres, que até hoje não marcou ainda na Àfrica do Sul.