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Paquistão lança novos ataques aéreos perto da fronteira afegã e adverte militantes

Os militares paquistaneses lançaram, esta terça-feira (25), novos ataques aéreos contra esconderijos de militantes na região tribal do Waziristão do Norte, matando pelo menos 30 pessoas, e um alto funcionário do governo advertiu que será desencadeada uma grande ofensiva se o Taliban não demonstrar que está a ser sério nas suas declarações sobre negociações.

Jatos de combate paquistaneses vêm bombardeando alvos na região desde que os esforços do governo para levar os insurgentes do Taliban a negociações de paz desmoronaram este mês.  Os moradores do Waziristão do Norte estão a fugir nos últimos dias da área na fronteira afegã, já prevendo uma ofensiva militar em larga escala.

Eles deixam para trás casas, lojas e vilas, estabelecendo-se nas áreas mais seguras, como Bannu, uma cidade nos limites da região. “Os militantes tinham capturado uma faixa entre o Waziristão do Sul e o Waziristão do Norte, e tinham estabelecido centros de treinamento onde estavam também a preparar agressores suicidas”, disse uma autoridade militar, sob a condição de manter o anonimato.

Um outro funcionário do sector de segurança afirmou que pelo menos 30 “terroristas” tinham sido mortos em ataques aéreos na madrugada. Segundo as declarações de um alto integrante do governo do Paquistão, em Washington, os actuais bombardeios são “retaliatórios”, em resposta a uma série de ataques dos militantes, incluindo a matança de 23 soldados paquistaneses em Janeiro.

Ele afirmou que o governo preferiria uma solução negociada com o Taliban, mas acrescentou: “Se as negociações… não seguem a trajetória que foi planeada… haverá operações não só no Waziristão do Norte, mas onde quer que seja necessário.” “Isto porque enquanto eles estão a negociar eles estão a matar gente”, disse aos repórteres o funcionário, que pediu que não citassem o seu nome.

Ele afirmou ainda que tal ofensiva terá como resultado a expulsão da rede de militantes Haqqani do Waziristão do Norte e deixou claro que esse esforço seria coordenado com as forças lideradas pelos Estados Unidos no Afeganistão para evitar que os militantes escapem para lá. “Há uma cooperação em andamento. O compartilhamento de informações de inteligência está a ser feito”, afirmou.

Ao ser perguntado sobre se a operação paquistanesa poderia envolver tropas terrestres, o alto funcionário disse que já há um grande número no Waziristão do Norte. Ele acrescentou que o Taliban paquistanês disse publicamente que está a ser sério sobre as negociações.

“Eles estão a fazer progressos, embora o caminho seja difícil, mas eu tenho a sensação de que essas negociações não se prolongarão além de um certo nível, e no caso de serem bem-sucedidas, sorte para todos – muitas vidas serão poupadas -, mas se elas fracassam, então todas as opções estão na mesa.”

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