“Durante muito tempo se disse que o terceiro objectivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que é a promoção e difusão da língua portuguesa, não estava sendo cumprido.
A presidência portuguesa há dois anos decidiu que o tema desse biénio seria exactamente esse – a promoção e difusão da língua portuguesa. O Brasil deu continuidade a essa preocupação da presidência portuguesa, organizando esta grande conferência”, disse ao Portugal Digital o embaixador António Russo Dias. Representante permanente de Portugal junto à CPLP, o diplomata português esteve presente no encerramento dos trabalhos da Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial. A conferência foi realizada durante seis dias no Palácio do Itamaraty. O embaixador também fez uma análise dos seis dias de conferência, cujo encontro das delegações dos oito países dói finalizado nesta quartafeira, 31 de Março, com a realização da VI Reunião Extraordinária do Conselho de Ministro da CPLP, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, também em Brasília.
“Os trabalhos, em Brasília, correram excelentemente, quer no seu segmento público, quer no envolvimento da sociedade civil, da comunidade científica, da comunidade dos escritores, dos jornalistas, quer agora nesse segmento técnico-governamental, que preparou os documentos que vão ser apresentados e nossos planos aprovados, por ministros e chanceleres de outros países” – enfatizou o representante português junto à CPLP, lembrando que o próximo encontro será realizado em Luanda, em Julho deste ano. Depois de um dia de muito trabalho, especificamente, onde os esforços foram concentrados no documento resultante dessa conferência e que foi chamado de “Propostas de acção para a promoção e a difusão da Língua Portuguesa, os participantes das delegações dos oito países lusófonos e dos convidados – Guiné Equatorial, Ilhas Maurícias e Senegal, celebraram a conclusão do texto e demonstraram a certeza do dever cumprido.
A chefe da delegação de Cabo Verde, Cláudia Silva, enfatizou em declarações ao Portugal Digital o bom andamento dos trabalhos. “Tentamos pôr em cima da mesa as nossas preocupações comuns, assim como buscamos encontrar estratégias comuns de actuação” – explicou. “Quando você está a volta de uma instituição como a CPLP, se puder fazer acções conjuntas, aplica melhor os recursos, e tem maior visibilidade com impacto junto às populações que têm a língua portuguesa como língua veicular de ensino, ou língua materna, ou como instrumento de trabalho, mas também chegar às diásporas dos países da CPLP, em que há muitos casos que estão um pouco distante da língua portuguesa e têm sede de acesso tanto à língua e à cultura lusófonas” – disse a representante caboverdiana.
A Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial foi realizada na sequência da Declaração da Praia sobre a Projecção da Língua Portuguesa no Mundo, aprovada em Julho do ano passado. O propósito foi de acelerar o cumprimento das orientações dos chefes de Estado e de Governo emanadas da Cimeira de Lisboa, ocorrida em 2008. As delegações que participa-ram do encontro concluíram os projec-tos de revisão dos Estatutos do Institu-to Internacional da Língua Portuguesa (IIPL) e foram co-presididas pelo Brasil, na qualidade de anfitrião da Conferência, e por Portugal, que exerce a presidência da CPLP.