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Os riscos da produção de ETANOL em Moçambique

Uma organização ambientalista internacional classificou, nesta quarta-feira, como “imoral e perverso” o acordo anunciado por Brasil e União Europeia para colaborar em projectos de produção de biocombustíveis em Moçambique.

Usar milhares de hectares de terra agrícola para plantações de Jatropha e cana-de-açúcar em Moçambique, um país que sofre de fome permanente, para cultivos destinados a abastecer carros europeus é imoral e perverso, afirmou Adrian Bebb, coordenador da ONG Friends of the Earth International (FOEI, da sigla em inglês) para temas de alimentação.

Segundo a representante da ONG no país africano, Anabela Lemos, a ampliação de plantações para a fabricação de biocombustíveis em Moçambique está ocupando terras férteis utilizadas pelas comunidades locais para plantar alimentos, além de criar condições de trabalho precárias para os trabalhadores locais e gerar conflitos por posse de terra. Empresas estrangeiras de biocombustíveis já teriam solicitado o direito de utilizar cerca de 4,8 milhões de hectares de terras moçambicanas, quase 15% de toda área cultivável no país, de acordo com Lemos.

Queremos investimentos reais na agricultura que nos permitam produzir alimentos, não combustível para abastecer carros estrangeiros, disse a ONG em comunicado. O pacto, assinado durante a cúpula bilateral que líderes brasileiros e europeus celebraram na quarta-feira em Brasília, é considerado como o primeiro passo para uma cooperação triangular mais ampla entre o Brasil, a União Europeia e países africanos, cujo foco principal deverá ser o desenvolvimento de energias renováveis em África. (Márcia Bizzotto de Bruxelas para a BBC Brasil).

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