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Os “pendentes” do juiz Dinis Silica

Os “pendentes” do juiz Dinis Silica

Com requintes de barbaridade que bastem, o assassinato de Dinis Silica, juiz de instrução criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM), na passada quarta-feira, 07 de Maio, a escassos metros da 6a esquadra, na cidade de Maputo, foi mais uma acção – até agora impune – do comando invisível do crime organizado. De acordo com várias fontes cruzadas, aquele dia, foi dos mais difíceis nas relações entre a Procuradoria Geral da República (PGR) a nível da cidade de Maputo e a Polícia da República de Moçambique (PRM) que disputavam a guarda dos pertences do finado, desde o valor supostamente encontrado na viatura, telemóvel e documentos. Ganhou a PRG. Há, diga-se, bastante similaridade na morte do juiz Silica e dos supostos raptores que foram abatidos no bairro da Costa do Sol no dia 27 de Janeiro do ano em curso. Neste trabalho, trazemos um pouco dos casos que em vida o juiz Dinis Silica tratou, todos eles ligados aos raptos.

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A primeira detenção preventiva ocorreu em Julho de 2012, quando se determinou um grupo de elementos executores de sequestros. Lembre-se de que esta operação policial iniciou no dia 14 de Julho de 2012. Foram detidos Bendene Arnaldo Chissano, de 41 anos de idade, natural de Luanda-Angola, Dominique Simão Mendes Queias, de 38 de idade, natural de Maputo. Hélder Afonso Naene, de 35 anos de idade e natural de Maputo, Ilído Rafael Manicua, de 31 anos de idade, natural de Maputo. João Horácio da Conceição, Arsénio António Joaquim Chitsotso, Albino Daniel Primeiro, Joaquim Gabriel Chitsotso, Xadreque dos Anjos Guerra e Sérgio Madalane.

Um mês depois (Agosto) teve lugar a segunda detenção de indivíduos suspeitos de fornecimento da logística dos raptos e também a apreensão de viaturas e cheques. Com efeito, foram detidos Rachida Abdul Satar, Danish Abdul Satar, Momad Assif, Sérgio Chaúque e Fernando Uamusse por alegado envolvimento nos sequestros. Refira-se ainda que na mesma ocasião foram apreendidas (24) viaturas diversas que supostamente eram usadas nas acções dos raptores. Contudo, em Outubro de 2012 foram devolvidas a empresa REMIX por falta de provas concludentes do uso das mesmas nas referidas acções.

Bakir Ayoob

A terceira detenção ocorreu no dia 21 de Setembro na qual ficou privado de liberdade o suspeito Mahomed Bakir Ayoob por alegado envolvimento no caso de sequestros. E, de acordo com o despacho da juiza de instrução ao nível do Tribunal Judicial da Machava, Amélia Mateus Khida, de 2 de Setembro de 2012, foi restituído a liberdade sob termo de identidade e residência.

A quarta detenção ocorreu no dia 12 de Novembro de 2012. Bernardo Timane ficou privado de liberdade. Porém, volvidos 15 dias foi solto por despacho do juiz de instrução Domingos Franciso Nhavotso Cilica mediante o pagamento de uma caução no valor de 30 mil meticais.

A quinta detenção ocorreu no dia 21 de Novembro de 2012 na qual ficaram privados de liberdade os seguintes suspeitos do rapto do director financeiro do hotel AFRIN. José Mises Gujamo, (faleceu a caminho do Hospital uma vez alvejado durante a operação policial); Óscar Leonardo Lombe; Ismael António Novela e Maposse Carlos Mugabe.

A sexta detenção ocorreu no dia 21 de Dezembro 2012. Foi preso o suspeito Luis Carlos. A sétima detenção ocorreu no dia 04 de Janeiro de 2013 na qual, em momentos diferentes, foram recolhidos aos calobouços Nasser Abdul que alegava trabalhar com Nini Satar, mas que na ocasião operava com Bernardo Timane porque supostamente pagava melhor. Foram recuperados em sua posse 58 mil dólares americanos, duas pistolas de 9 mm e uma viatura. Também foram detidos no mesmo dia Romano Abdul Remane Dando e Luís Manuel.

Detenção de Manish

A oitava e última detenção ocorreu num sábado, 12 de Abril. O detido foi o empresário Moniz Carsane, mais conhecido nos meandros socio-familiares por Manish Cantilal, indiciado de ser o mandante de quatro sequestros na capital do país. No dia que Silica foi morto devia decidir sobre o destino do empresário.

O caso do angolano

No acto da reconstituição dos raptos, três das vítimas (Mariamo Manoshe, Mahomed Hussene Kalú e Globanoon Rawgee reconheceram o lugar usado como cativeiro na Matola 700. A casa pertence ao arguido Bendene Arnaldo Chissano, conhecido como angolano, que afirmou que as vítimas estiveram em cárcere privado sob ordens de Nini Satar por uma suposta dívida. Arnaldo referiu que para cada soltura auferia entre 50 mil a 200 mil meticais em numerário.

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