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Os meios econômicos e financeiros querem Merkel no comando

Uma nítida vitória do partido conservador CDU da chanceler Angela Merkel nas legislativas de 27 de setembro seria o cenário ideal para a economia alemã e os mercados financeiros, segundo analistas. Ao contrário, a recondução da grande coligacão com os social-democratas (SPD) seria, de acordo com eles, o pior caso possível.

A Alemanha está começando a se recuperar da crise mais grave do pós-guerra, com um PIB que deve recuar de 5 a 6% em 2009. Mas os efeitos devastadores sobre o emprego serão notados após as eleições e o vencedor terá também a dura tarefa de administrar uma dívida em massa e que deve só aumentar.

A CDU de Merkel e o SDP do ministro dos Assuntos estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, são oficialmente rivais para a chanceleria. Mas eles podem ser forçados a um novo casamento, como o que vivem há quatro anos e que os uniu ainda mais há um ano para tirar o país da crise, liberando quase 600 bilhões de euros.

Durante esta legislatura, eles somaram esforços para tirar três pontos da TVA (Taxa de Valor Agregado), e a economia criou um milhão de empregos. Além disso, eles estavam quase conseguindo um equilíbrio para o orçamento antes da crise financeira. “A Alemanha de 2009 é mais forte do que a de 2005”, comemorou recentemente Angela Merkel em uma intervenção diante do Parlamento. Os mercados financeiros e a economia em geral ganhariam se o próximo governo adotar uma política econômica mais clara, considerou Carsten Brzeski, economista da ING.

Eles esperam que Merkel e seus parceiros preferidos, os liberais do FDP, conseguirem maioria no governo. “Uma grande coligacão seria o pior dos cenários e teria provavelmente como efeito um novo período de inércia para a polícia econômica alemão, o que seria prejudicial”, explicou à AFP.

O impacto das eleições sobre os valores financeiros do índice DAX pode também serem espetaculares, segundo os analistas. A vitória de Helmut Kohl em 1983 foi assim comemorada por uma disparada de 40% nos 12 meses que seguiram as eleições, enquanto a da coalizão vermelho e verde em 2002 levou a uma queda do índice de 43,9% em um ano. No entanto, se a propensão da Bolsa a cair quando a esquerda ganhar e a subir se a direita passar foi evidenciada em um estudo do banco suíço UBS sobre as eleições desde 1949.

Martin Lueck, economista do UBS disse ainda que as empresas do BTP podem se aproveitar dos investimentos em infraestrutura feitos pelo partido de centro esquerda. Além disso, as empresas ligadas às novas tecnologias teriam o vento em popa, pois o SPD promete criar 4 milhões de empregos daqui a 2020, uma parte deles neste setor.

Entre os setores que levariam à alta em caso de vitória de Angela Merkel estão os grupos energéticos, impulsionados pela intenção do CDU de prolongar a duração de vida das centrais existentes. A chanceler atual conta, além disso, com uma grande confiança da opinião pública sobre as questões econômicas. O anúncio da General Motors da venda de uma parte majoritária do construtor alemão Opel ao canadense Magna associado a um banco russo, a 15 dias das eleições, foi percebido como uma vitória para Angela Merkel.

Para ajudar, o veredicto da Comissão europeia sobre a validade das ajudas à Opel será divulgado somente após a votação.

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