Os três principais candidatos à eleição presidencial de domingo no Chile, entre eles o favorito, o tenente da direita moderada Sebastian Piñera, são de famílias políticas. Dois deles são filhos de opositores assassinados durante a ditadura.
– Sebastian Piñera, a direita moderna e moderada 2009 pode ser o ano de Sebastian Piñera. Candidato à presidencial em 2005, ele surpreendeu ao superar no primeiro turno o ultraconservador Joaquim Lavin, anunciando um salto da externa direita chilena em detrimento de uma tendência mais progressista e pluralista.
Piñera, 60 anos, é um empresário de sucesso e um trabalhador empenhado, de virtudes que pretende transmitir à economia chilenas para criar empregos, principalmente. Este economista de formação, que passou por Havardfez fortuna lançando os cartões bancários no Chile.
Seus negócios se estenderam para o setor imobiliário, farmácia, mídias (proprietário do canal privado Chilevision), aviação (acionista da companhia LAN), e futebol (dono do clube Colo-Colo). Seus interesses múltiplos lhe valeram o sobrenome de “Berlusconi chileno”.
Filho de um embaixador conhecido da democracia cristão, Piñera tem como irmão um ex-ministro (do Emprego) de Pinochet. Mas ele ampliou suas relações, até encontrar a direita conservadora. Ele se disse favorável à presença dos homossexuais no governo ou no exército.
ÚLTIMAS PESQUISAS: 38,2 E 44,1%
– Eduardo Frei, o pedigree e a sabedoria em administrar Segundo presidente (1994-2000) da era pós-ditadura, o democrata cristão Eduardo Frei, 67 anos, construiu uma reputação de administrador seguro, mas de estilo formal. “Alguns dizem que sou chato, rígido e austero. Mas não acho que é preciso ser divertido para ser presidente”.
Frei escolheu assumir sua falta de carisma trabalhando a descontração, por exemplo fazendo piadas com o tamanho de seu próprio nariz. Frei, engenheiro de formação, saiu de uma séria família política, que deu ao Chile um presidente democrata cristão, Eduardo Frei Montalva (1964-1970).
Figura da oposição ao ditador Augusto Pinochet, Frei pai morreu pouco após uma internação em 1982. Um advogado chileno acaba de indiciar seis pessoas, entre eles quatro médicos, por seu assassinato por envenenamento pela polícia secreta da ditadura. Seu filho, apesar de uma eleição no primeiro turno em 1993 (57%) e um mandato caracterizado pelo crescimento, sofreu com a comparação com a espontaneidade da presidente Michelle Bachelet. Apesar de seu slogan “novo Frei 2.0”, ele penou para encarnar o futuro.
ÚLTIMAS PESQUISAS: 22,6% E 31%
– Marco Enriquez-Ominami, O “Peter Pan” O jovem (36 anos) deputado socialista membro da coalizão do poder perturbou a cena política do Chile, deixando seu partido para se apresentar como candidato independente, provocando um movimento tectônico na elite chilena segundo ele “esclerosada, a mesma geração política dos anos 70”.
“MEO” ou “O Obama chileno” para seus partidários, é filho de um militante de extrema esquerda, morto em uma matança com a polícia de Pinochet quando Enriquez tinha um ano. Ele foi adotado em seguida por um senador socialista. Ele cresceu no exílio na França, antes de voltar ao Chile para estudar filosofia e cinema.
Atualizado e adepto a tecnologias, Enriquez marcou presença nas pesquisas de intenção de voto. Mas enfrentou críticas dos opositores que o condenaram por sua dispersão e sua falta de bagagem. Ele assumiu o apelido de “Peter Pan” dado por seu rival Piñera. “Ao menos, Peter Pan não mente”, ele sonha e sorri.
Com os temas da proteção social, da economia solidária, do meio ambiente, Enriquez sabe que está plantando para o futuro. Ele conquistou eleitores tanto da esquerda quanto da direita.
ÚLTIMAS PESQUISAS: 17,7% E 19,5 %
