Uma exposição com o tema “Hominídeos, Homens e Artes Rupestres” marca, esta quarta-feira, a celebração do dia mundial dos museus que se assinala sob o lema “Os Museus e a Memória” um evento organizado pelo Centro Nairucu Artes, com sede em Rapale, província de Nampula, em coordenação com o Museu Nacional de Etnologia, instituição onde estará patente a respectiva amostra até ao próximo dia 22 do mês em curso.
A exposição com o tema “Hominídeos, Homens e Artes Rupestres” pretende explicar a origem da família da ordem dos primatas cuja única espécie actual é o homem e as principais características anatómicas dos Hominídeos foram a sua postura erecta, locomoção bípede no solo que substituí o deslocamentos com os braços, de galho a galho, assim como a sua capacidade craniana superior à de outras famílias, onde durante o seu processo de hominização surgiram comportamentos distintivos, tais como a confecção de instrumentos e a linguagem verbal.
De acordo com Marilena Streit- Bianchi, responsável de comunicação e exposições do Centro Nairucu Artes, em relação a Pinturas Rupestres que serão patentes no MUSET, na cidade de Nampula, estas são consideradas como um marco importante que representam a fase da pré-história dos povos e no caso específico da população da província de Nampula, muitas das quais estão votadas ao abandono resultado das dificuldades de acesso aos locais onde se localizam, com a excepção de duas nomeadamente a de Nacuhau, no distrito de Meconta e Shakhota em Mecubúri.
Envolvemos nesta exposição também as crianças porque no Centro Cultural de Rapale estamos a construir um lugar para os petizes poderem demonstrar o seu talento em artes culturais na componente de olaria, costura, artesanato e arte de escultura em pau-preto, explicou Marilena Bianchi. Alias, a gestora do Centro Nairucu Artes, Ana Sirage, fez saber que aquela instituição cultura que funciona desde 2009 tem objectos de arte e artesanato de alta qualidade localmente produzidos e vendidos no mercado nacional e internacional no intuito de potenciar o desenvolvimento a longo prazo as actividades do centro. Temos como objectivo proporcionar novas oportunidades de evolução e um melhor conhecimento da arte e cultura makonde em Moçambique e noutros países do mundo como já aconteceu com uma exposição que fizemos nos escritórios das Nações Unidas em Genebra, cuja inauguração foi orientada pelo Presidente da República, Armando Guebuza, aquando da sua participação na reunião da OIT em Junho de 2009, indicou Streit-Bianchi.
Neste contexto o Centro Nairucu Artes, inaugurou semana passada um local onde está reservado a aprendizagem por parte de crianças que no tempo livre expõe as suas capacidades e qualidades criativas, naquilo que será a futura escola secundária de artes com vista a revelação de novos talentos que tanta falta faz. Esta escola de artes estará aberta a todas escolas interessadas porque as exposições que vão ser realizadas, serão interpretadas em diversas línguas, como o francês, alemão, italiano e inglês o que permitirá a que todos os estrangeiros aqui residentes e outros de passagem que visitarem tenham a percepção daquilo que está exposto na nossa galeria, avançou Marilena Streit-Bianchi.
Ana Sirage, disse ter constatado que ao nível das escolas locais, haver pouca informação sobre a cultura e artes moçambicanas, havendo por consequência muito pouco interesse por partes dos alunos e até estudantes universitários, porque os seus professores e docentes nada falam sobre estes aspectos culturais. Aqui em Rapale já tentei junto do director da educação e dos professores com vista a organizarmos intercâmbios envolvendo os alunos para uma vez por mês, por exemplo, falar sobre a arte moçambicana com trabalhos práticos para os motivar no conhecimento sobre a cultura e artes moçambicana, disse Ana Sirage.