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Oposição marcha na Venezuela; crise pós-eleitoral já deixou 7 mortos

Milhares de partidários da oposição participaram de passeatas nesta terça-feira na Venezuela para exigir uma recontagem de votos, depois da apertada vitória do chavista Nicolás Maduro na eleição presidencial de domingo, em mais uma jornada de distúrbios pós-eleitorais em que, segundo o governo, sete pessoas já morreram.

Maduro foi declarado presidente eleito na segunda-feira, mas a diferença inferior a 2 pontos percentuais sobre o oposicionista Henrique Capriles e denúncias de irregularidades durante a votação acirraram ainda mais os ânimos no polarizado país, provocando confrontos nas ruas.

A procuradora geral Luisa Ortega disse que sete pessoas morreram e 60 ficaram feridas em incidentes em várias cidades. As autoridades detiveram 170 pessoas, e o governo determinou o aquartelamento das forças policiais.

Na terça-feira, porém, a violência não repetiu-se no mesmo grau. “Isso é responsabilidade de quem chamou à violência, de quem desacatou a Constituição e as instituições”, disse Maduro em ato público pela televisão. “O seu plano é um golpe de Estado.”

Milhares de eleitores de Capriles se reuniram nesta terça-feira diante das sedes regionais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para exigir uma auditoria nos votos. Capriles diz que a apuração paralela feita por sua equipe indica a sua vitória na eleição, a mais acirrada na Venezuela em quase meio século.

MARCHA SUSPENSA

Num esforço para acalmar os ânimos, o candidato oposicionista decidiu suspender a passeata que previa liderar em Caracas na quarta-feira, depois de Maduro chamá-lo de “assassino” e declarar que não iria permitir uma manifestação da oposição na capital.

“O país precisa de calma, exercer seu direito sem violência. Pedimos a recontagem de votos, cadernos de votação e atas”, disse Capriles em entrevista coletiva. “Eu quero pedir calma ao senhor Maduro. Quem está no (palácio presidencial de) Miraflores tem de garantir a paz dos venezuelanos.”

A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos e a União Europeia apoiaram Capriles no seu pedido de recontagem, mas vários países aliados, como Argentina, Brasil, Bolívia e Rússia, reconheceram a vitória de Maduro, que terá mandato até 2019.

Enquanto Maduro se prepara para assumir, na sexta-feira, o comando do país com as maiores reservas de petróleo do mundo, o conselho eleitoral não deu ouvidos às exigências de Capriles. “O candidato Henrique Capriles não entregou ao CNE nenhuma prova nem demanda que apoie o que afirma publicamente”, disse a chefe da autoridade eleitoral, Tibisay Lucena, em mensagem pelo Twitter.

Embora o sistema eletrônico de votação no país seja considerado confiável por organismos internacionais, a oposição diz que nem todas as atas de votação foram computadas pela autoridade eleitoral. Por isso, opositores exigem uma revisão de cada urna com o registro de papel que acompanha os votos.

A eleição na Venezuela foi convocada depois da morte do popular líder socialista Hugo Chávez, que passou 14 anos como presidente e morreu de cancro a 5 de março. Maduro, que já é o presidente interino, havia sido apontado por Chávez como seu herdeiro político.

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