Um grupo de operadores turísticos activos na região da Ponta do Ouro, na província meridional moçambicana do Maputo, está a diligenciar para, junto das autoridades competentes, conseguir a reabertura do aeroporto daquela zona, actualmente inoperacional.
Um draft arquitectónico da infra-estrutura, encomendado a especialistas sul-africanos e que custou aos bolsos dos interessados 250 mil randes (cerca de um milhão de meticais) já existe e será apresentado ao ministro do Turismo, Fernando Sumbana, para apreciação e provavelmente receber “luz verde” para execução, por forma a atrair, também, turistas com elevado grau de exigências em termos de conforto.
Os operadores turísticos afirmam ter duas hipóteses na manga: uma reabilitação da actual infra-estrutura e/ou a construção de uma nova.
A estimativa é de que uma reabilitação das actuais infra-estruturas custaria aproximadamente 600 mil dólares norte-americanos (cerca de 16,2 milhões de meticais), enquanto a execução de uma obra de raiz consumiria cerca de USD12 milhões de dólares.
Sumbana tenta convencer
Na passada Quinta-feira, o ministro Sumbana teve de se aplicar a fundo, em Mbabane, Suazilândia, em termos de argumentação, para dissipar uma aparente má impressão com que alguns integrantes de uma caravana de turistas, operadores do sector e jornalistas ficaram no que aos itinerários rodoviários tange no troço fronteira de Kosi Bay (com a África do Sul) e a região costeira da Ponta do Ouro (província do Maputo).
Trata-se de um troço de aproximadamente vinte quilómetros, extremamente agreste e impróprio para quem busca uma viagem cómoda e adequado para quem visita a região expressamente para desfrutar de uma condução aventureira e radical.
O mesmo acontece no troço de aproximadamente 120 quilómetros entre a KaTembe (na margem sul da baía do Maputo) e Ponta do Ouro, que faz com que uma viagem exclusivamente aconselhável para viaturas com tracção às quatro rodas dure não menos que três longas e penosas horas.
Perspectivas
Sem estabelecer um calendário, Fernando Sumbana assegurou que esforços estão em marcha para resolver a situação da rodovia Maputo/ Kosi Bay, no âmbito da montagem da ponte entre a capital moçambicana e a KaTembe, numa empreitada que deverá consumir mais de 500 milhões de dólares norte-americanos.
A obra deverá ser financiada pela China, depois do afastamento de Portugal, patrocinador inicial da empreitada, mas impotente para prosseguir com o esforço por ter caído numa grave crise financeira.
Sumbana afirmou que a rodovia terá impactos positivos multifacetados, dado que no Sul da província do Maputo, para além das estâncias turísticas por ali disseminadas, existem outras potencialidades, com destaque para as agro-industriais, como são os casos dos campos de produção de arroz, a fábrica de cimentos em construção e a pedreira, cujos produtos terão escoamento facilitado após a conclusão das obras na rodovia Maputo/Kosi Bay.
Um comboio de cerca de cinquenta viaturas e mais de 250 pessoas visitou, entre os dias 24 e 27 de Outubro, as áreas turísticas de iSimangaliso (KwaZulu-Natal/África do Sul), Ponta do Ouro e a Reserva de Hlane, em Simunye (Reino da Suazilândia), no âmbito da promoção da iniciativa 3 East Route, um projecto combinado dos governos dos três países.