A 30 de setembro de 1935, Boston assistiu à estreia de “Porgy and Bess”, escrita por George Gershiwn a partir de uma história de Dorothy e DuBose Heyward, “Porgy and Bess”. A 31 de Maio de 2010, Maputo deslumbrou-se com a mesma peça interpretada por dançarinos e coristas moçambicanos, uma soprano e um barítono norte-americanos e dirigida pelo Maetro, também norte-americano, Peter Mark. Foi a quarta noite da sexta edição do Festival Internacional de Música de Maputo.
O teatro Avenida, em Maputo, foi minúsculo para as centenas de pessoas que quiseram presenciar a tragédia de amor e o drama amoroso do casal negro Porgy e Bess. Esta peça considerada divina pela crítica mundial, e que tornou-se a maior ópera americana de todos os tempos, na qual o autor, fiel ao seu estilo, sintetizou as duas tradições que conhecia:a americana, representada pelo jazz e pelo spiritual, e a sinfônica européia, foi encenada por Greg Ganakas que adaptou extratos da ópera para apresenta-la em Moçambique com os poucos intérpretes profissionais que o Festival conseguiu colocar à sua disposição.
“ Ninguém acreditou que fôssemos conseguir. Habitualmente na América esta ópera é ensaiada durante 3 semanas no mínimo. Moira trouxe-me um grupo de cantores e dançarinos moçambicanos e eu trabalhei com eles durante apenas uma semana para desenvolver esta ópera que é muito detalhada, o resultado puderam assistir no Teatro Avenida. Fantástico! Acredito que nunca terão visto nada igual” confidenciou-nos emocionado Peter Mark o Maetro que no Festival de 2009 já havia dirigido a ópera “Highlights” de Carmen de Bizet e “La Traviata” de Giuseppi Verdi, em Maputo.
Porgy é um mendigo aleijado e faz de tudo para conseguir ficar com sua amada Bess. Ela, apesar de também querer ficar ao seu lado, precisa de livrar-se do seu amante opressor, Crown, e dos cortejos do traficante Sportin’ Life. Ambientada no sul dos Estados Unidos, na fictícia Catfish Row, na Carolina do Sul, nos anos 30, apresenta um retrato convincente da vida de uma comunidade negra paupérrima, num período de intensa discriminação racial nos Estados Unidos da América.
Com influência do jazz e da música religiosa, Porgy and Bess colocou no palco um elenco formado exclusivamente por negros e apresentou canções que se tornaram clássicos mundiais, entre elas Summertime, uma canção de embalar, que até hoje corre o mundo separada da obra prima, nas vozes de alguns dos maiores ícones da música americana, principalmente.
I loves you, Porgy,
Don’t let him take me
Don’t let him handle me
And drive me mad
If you can keep me
I wanna stay here with you forever
And I’ll be glad
Yes I loves you, Porgy,
Don’t let him take me
Don’t let him handle me
With his hot hands
If you can keep me
I wants to stay here with you forever
I’ve got my man
I loves you, Porgy,
Don’t let him take me
Don’t let him handle me
And drive me mad
If you can keep me
I wanna stay here with you forever
I’ve got my man
Someday I know he’s coming to call me
He’s going to handle me and hold me
So, it’ going to be like dying, Porgy
When he calls me
But when he comes I know I’ll have to go
I loves you, Porgy,
Don’t let him take me
Honey, don’t let him handle me and drive me mad
If you can keep me
I wanna stay here with you forever
I’ve got my man
Apesar do êxito desta ópera quando de sua exibição, houve muita resistência por conta do forte preconceito racial. Mesmo assim, a música composta por Gershwin ao promover a fusão entre os elementos do jazz e da música erudita, revolucionou a música popular nos Estados Unidos.