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ONU diz que são necessários US$600 milhões para enfrentar o Ébola e as vítimas já somam 1.900

A Organização das Nações Unidas disse que seriam necessários 600 milhões de dólares em recursos para controlar o surto do Ébola na África Ocidental, uma vez que o número de mortos desde a pior epidemia do vírus superou 1.900, enquanto a Guiné alertou que a doença atingiu uma nova região no país.

O ritmo das infecções acelerou, com cerca de 400 mortes na semana passada, disseram as autoridades, esta quarta-feira (3). O vírus foi detectado pela primeira vez nas profundezas das florestas no sudeste do Guiné em Março. A febre hemorrágica já se espalhou por cinco países da região e matou mais pessoas do que todos os surtos desde que o Ébola foi descoberto em 1976.

“Esta epidemia do Ébola é a mais longa, a mais grave e mais complexa que já vimos”, disse Margaret Chan, directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), numa conferência de imprensa em Washington, acrescentando que há mais de 3.500 casos em toda Guiné, Libéria e Serra Leoa.

O médico David Nabarro, coordenador sénior da ONU para o Ébola, disse que o custo de obter os materiais necessários por parte dos países da África Ocidental para controlar a crise deve ser equivalente a 600 milhões de dólares. O montante superou a estimativa de 490 milhões de dólares feita pela OMS na semana passada.

Rick Sacra, um médico de 51 anos de Boston infectado com o Ébola na Libéria, foi levado para os Estados Unidos na quinta-feira, de acordo com os funcionários do hospital onde ele trabalhava. Dois outros americanos recuperaram do vírus, depois de terem sido levados para o tratamento no país no último mês.

O governo da Guiné Conacri, o primeiro país a detectar o vírus, disse anteriormente que tinha contido o surto, mas anunciou que nove casos novos foram descobertos no município de Kerouane, cerca de 750 km a sudeste da capital Conakry.

“Surgiu um novo surto em Kerouane, mas enviamos uma equipe para conté-lo”, disse Aboubacar Sikidi Diakité, chefe da força-tarefa contra o Ébola da Guiné Conacri. O mais recente surto começou depois da chegada de uma pessoa infectada da vizinha Libéria, e um total de 18 pessoas estão em observação na região, disse o ministério da saúde.

A Guiné Conacri registou um total de 489 mortes e 749 casos do Ébola até 1 de Setembro, e o epicentro do surto mudou para as vizinhas Libéria e Serra Leoa. O presidente do Guiné, Alpha Conde, pediu aos profissionais de saúde para intensificarem os seus esforços para evitar novas infecções.

Os profissionais de saúde foram duramente atingidos pela doença que é transmitida por contacto físico, com mais de 120 mortos nos três países mais afectados. “Mesmo para um simples caso de malária, você tem que se proteger antes de consultar qualquer pessoa doente até o final desta epidemia”, disse Conde numa transmissão televisiva.

“Estávamos a começar a ter sucesso, mas deixamos a bola cair e aqui vamos nós de novo.” A febre hemorrágica também está a ganhar terreno na Nigéria, onde foram notificados 17 casos, incluindo três no centro petrolífero de Port Harcourt.

A OMS alertou que o surto “tem potencial de crescer e espalhar-se mais rápido do que o de Lagos”, com medidas de contenção que têm sido menos eficazes. O quinto país infectado foi Senegal, que confirmou o seu primeiro caso na semana passada: um cruzou a fronteira com a Guiné e seguiu pela costa até a capital Dacar.

Mais de 50 casos do Ébola também foram relatados numa região de selva no extremo do norte da República Democrática do Congo, embora estes não estejam ligados aos casos do Oeste Africano. Desde que o Ébola foi detectado pela primeira vez no Congo, em 1976, a OMS já informou mais de 20 focos na África e com 1.590 vítimas.

O médio Tom Kenyon, director dos Centros de Controle de Doenças para a Saúde Global dos EUA, disse, esta quarta-feira, o surto está “fora de controle” e advertiu que a janela de oportunidade para o controle que está a fechar-se. Testes de segurança em seres humanos devem começar esta semana numa vacina da GlaxoSmithKline e ainda este ano outra do NewLink Genetics.

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