O uso de “drogas do estupro” para cometer crimes sexuais está em forte aumento, segundo o último informe da Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes da ONU (JIFE) publicado esta quarta-feira, no qual alerta, também, sobre a proliferação de farmácias ilegais na internet.
A droga do estupro é chamada, assim, porque aumenta o desejo sexual em níveis incontroláveis. O seu usuário simplesmente deixa de ter controle sobre si mesmo e a única coisa em que consegue pensar é manter relações sexuais – com ou sem a anuência da(o) parceira(o).
A JIFE chamou a atenção, em seu informe anual, sobre a propagação do golpe “boa-noite cinderela”, com drogas administradas sem que as vítimas se deem conta, para reduzir sua resistência. “O fenômeno evolui rapidamente, enquanto os agressores tratam de se esquivar dos controles mais estritos utilizando substâncias não incluídas nas Convenções Internacionais”, diz o informe da agência, com sede em Viena.
Embora as agressões sexuais com o uso da substância Rohypnol sejam cada vez menos frequentes, segundo a JITE, cada vez se utilizam mais outras substâncias psicotrópicas não submetidas a controle internacional – como GHB (progesterex) e a ketamina. Para tentar frear sua ocorrência, a Comissão de Estupefacientes da JITE conclamou os governos e os grupos farmacêuticos a introduzir corantes ou aromatizantes a estas substâncias para que as vítimas potenciais possam ser advertidas de que sua bebida foi alterada.
O abuso de remédios que requerem receita médica, incluída a morfina, a codeína e a metadona, também se estendeu nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos. Na Europa, em especial França, Itália, Lituânia e Polônia, entre 10 e 18% dos estudantes utilizam sedantes ou tranquilizantes sem receita médica. Na Alemanha, avalia-se entre “1,4 e 1,9 milhão o número de pessoas dependentes de fármacos”, segundo o informe.
