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ONU alerta para aumento das disparidades de rendimentos no mundo

Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado, esta quarta-feira (29), alertou que as disparidades de rendimentos nos países de todo o mundo pioraram, o que representa novos riscos para a estabilidade política e económica global.

A advertência do Pnud repercute comentários feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no seu pronunciamento anual do Estado da União, na terça-feira, no qual disse que há um fosso crescente entre ricos e pobres na maior economia do mundo e que enquanto o mercado de acções subiu, a média dos salários no país praticamente não saiu do lugar.

Segundo o relatório do Pnud, a desigualdade de renda cresceu 11 por cento em países em desenvolvimento ao longo das duas décadas entre 1990 e 2010. A maioria das famílias em países em desenvolvimento – mais de 75 por cento da população dessas nações – está a viver hoje em sociedades onde a renda está distribuída de modo mais desigual do que nos anos 1990.

O Pnud diz que essa é uma tendência mundial que, se não for combatida, poderá ter consequências desastrosas uma vez que “pode minar as bases do desenvolvimento e da paz social e interna”. O crescimento das disparidades de renda ocorre num momento em que grandes economias em desenvolvimento, como China e Índia, atravessam período de forte expansão e um aumento na riqueza total da nação.

Mas essa riqueza não está a ser distribuída igualmente, o que contribui para maior desigualdade nessas sociedades. “Os aumentos mais agudos na desigualdade de renda ocorreram nos países em desenvolvimento que foram especialmente bem-sucedidos na busca de vigoroso crescimento e conseguiram, como resultado, classificar-se em categorias de maior renda”, diz o relatório do Pnud.

“O progresso económico nesses países não diminuiu as disparidades, mas pelo contrário, exacerbou-as”, diz o texto. Em entrevista à Reuters, a chefe do Pnud, Helen Clark, deixou claro que essa tendência negativa é reversível e que um dos componentes-chave é a criação de oportunidades de emprego de qualidade.

“A questão-chave é o foco em empregos – empregos, empregos, empregos”, disse Helen, acrescentando ser importante que os governos prestem atenção nos meios de melhorar a capacidade da sua força de trabalho. Ela também tocou no tema do aumento das disparidades de renda em países como China e Índia, que tiveram níveis significativos de crescimento nas últimas décadas.

“É a natureza do crescimento”, disse ela. “Se é um crescimento irregular… cria tensões dentro da sociedade porque as pessoas podem ver que outros estão a sair-se muito melhores que elas.” “O exemplo da China mostra que tem rápido crescimento e redução da pobreza, mas também há desigualdades crescentes”, disse Clark. “E isso é motivo de preocupação para a liderança da China.”

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