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Onda de protestos políticos deixa seis mortos na Venezuela

Subiu nesta quarta-feira para seis o número de mortos na onda de protestos políticos que sacode a Venezuela, num momento em que o detido líder opositor Leopoldo López instou os seus seguidores a continuarem a lutar para derrubar o governo socialista.

A televisão estatal informou que uma mulher morreu depois de a ambulância que a levava ao hospital ter sido bloqueada por manifestantes da oposição em Caracas. Segundo a VTV, ela estava a ser socorrida após sofrer um ataque cardíaco.

Anteriormente, nesta quarta-feira, Génesis Carmona, modelo e estudante de turismo de 22 anos, morreu após ser baleada na cabeça na véspera, quando motoristas não identificados abriram fogo contra uma manifestação da oposição em Valencia. Ela chegou a ser operada, mas não resistiu.

“Até quando vamos viver assim? Até quando vamos aguentar essa pressão? Até quando vamos suportar isso, que nos matem?”, disse um dos seus familiares à Reuters por telefone. “Faltava um semestre para ela se formar”, lamentou.

Há quase 20 dias, milhares de venezuelanos protestam nas ruas contra preocupações que vão desde a deterioração da economia até a insegurança no dividido país. Quatro pessoas morreram baleadas, uma de ataque cardíaco e outra atropelada, além de haver centenas de feridos.

Embora os protestos se tenham convertido no maior desafio de governabilidade do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, desde que assumiu o cargo em Abril, não havia indícios de que a sua administração seria abalada.

Os militares, cruciais na história venezuelana para equilibrar a balança e pressionar pela saída de um mandatário, estão do lado do Presidente.

Maduro garante que a oposição, com o apoio dos Estados Unidos, tenta repetir o sangrento golpe de Estado que tirou do poder, embora por apenas algum tempo, o então Presidente Hugo Chávez em 2002. Mas López disse que quer revogar o mandato de Maduro por referendo, permitido pela Constituição para 2016.

DESAFIO A MADURO

López instou os seus seguidores a lutarem pela saída de Maduro, enquanto se preparava para enfrentar nesta quarta-feira a Justiça que o acusa de incitar à violência durante as manifestações em massa.

Economista de 42 anos educado nos Estados Unidos, López lidera a ala mais dura da oposição. Ele entregou-se na terça-feira voluntariamente às autoridades numa manifestação diante de um mar de simpatizantes, após uma semana a fugir de uma ordem de prisão expedida contra ele.

A nossa causa foi, continua a ser e hoje, mais do que nunca, tem de ser a queda deste Governo”, disse López junto à sua mulher num vídeo publicado na noite de terça-feira.

A Venezuela está dividida entre aqueles que defendem os planos sociais do Governo que favorecem boa parte dos 29 milhões de habitantes por meio de subsídios milionários e os que querem uma mudança e estão cansados da elevada inflação, da falta de produtos e da crescente delinquência.

Em resposta às palavras de López, centenas de opositores concentraram-se em frente ao Palácio da Justiça, onde o líder da oposição ouvirá as suas acusações, depois de ter passado a noite numa prisão militar nos arredores de Caracas.

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