As eleições presidenciais gabonesas ficaram marcadas por “uma evidente anomalia”, declarou esta quarta-feira a chefe da Missão Europeia de Observação Eleitoral no Gabão, Mariya Gabriel.
Ela estranhou a este respeito a participação de mais de 99,93 porcento dos eleitores no Alto-Ogooué, província de origem da etnia téké a que pertence a família Bongo, do Presidente cessante, Ali Bongo.
Os resultados em todas as demais assembleias de voto, disse, foram anunciados na presença dos observadores europeus, excepto na do Alto –Ogooué, o que leva a concluir que “a integridade dos resultados nesta província é posta em causa”.
Para Mariya Gabriel, a única solução será a publicação por cada assembleia de voto dos resultados do seu escrutínio, “a fim de facilitar um possível recurso para o Tribunal Constitucional do país, única via para resolver, legalmente, a crise de confiança gerada pelos resultados anunciados pela Comissão Eleitoral Nacional Autónoma e Permanente (CENAP)”.
Segundo os resultados oficiais provisórios, Ali Bongo venceu o escrutínio com 49,80 porcento dos votos contra 48,23 porcento para Jean-Ping, ou seja, uma diferença de cinco mil 594 votos em 628 mil votantes.