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Obras de dragagem do rio Zambeze poderão custar 100 milhões de dólares

O analista de desenvolvimento comunitário na Riversdale, Ivo Lourenço, calcula em cerca de cem milhões de dólares o montante necessário para a dragagem no rio Zambeze, caso o projecto de transporte fluvial de carvão da sua companhia seja aprovado pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, para permitir a sua navegabilidade.

 

 

Segundo o jornal Diário de Moçambique, a Riversdale, que pretende transportar o carvão de Benga, em Tete, por vias fluvial e marítimo, encomendou um estudo de impacto ambiental, o qual aponta a dragagem do rio, numa distância de cerca de 500 quilómetros até Chinde, na Zambézia, como um dos principais impactos que podem afectar o meio ambiente.

Ivo Lourenço explicou que será uma dragagem necessária para assegurar que o canal de navegação seja suficientemente largo e profundo, a fim de permitir que o projecto proposto de transporte de carvão em embarcações possa prosseguir. Precisou que a dragagem poderá ser realizada em vários locais, totalizando 180 quilómetros ao longo do rio desde Benga até Chinde. “Será um projecto extremamente grande, para permitir a hidrovia navegável para o transporte do carvão”, disse Ivo Lourenço.

Um documento recentemente apresentado na Beira refere que o canal ideal para a navegabilidade do Zambeze é quando o seu caudal baixo tiver uma profundidade mínima de 3 a 3,5 metros. O mesmo documento salienta que as dimensões do canal foram concebidas com base em normas internacionais reconhecidas para o movimento de comboios de barcaças fluviais e barcos rebocadores. A dragagem também será necessária ao longo do banco de areia que se encontra na entrada para o estuário de Chinde, de forma a manter uma profundidade adequada para a operação de saída das barcaças para os locais de transbordo que vai se localizar no mar.

Num outro desenvolvimento, a fonte referiu-se à necessidade de se colocar pára-choques entre os pilares da ponte da Dona Ana, construída nos anos 60, de forma a se acautelar os possíveis impactos entre o comboio de barcaças e os pilares da travessia. Explicou que a ponte Dona Ana não foi construída tendo em conta uma possível navegação. O espaçamento entre pilares é de cerca de 70 metros e o comboio de barcaças que poderão transportar o carvão terá 35 metros de largura. “Isto pode não constituir problema, porque as barcaças podem passar à-vontade”, precisou.

Disse que o problema poderá haver com o comprimento das barcaças, de 300 metros. “Para acautelar os possíveis impactos entre o comboio de barcaças e os pilares da ponte, a Riversdale está a equacionar a possibilidade de colocação de barra para choques nos pilares”, referiu, precisando que estudos para o efeito estão em curso.

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