Algumas embaixadas manifestam-se preocupadas com o projecto de reabilitação da Avenida Julius Nyerere, receando que o seu alargamento possa afectar a qualidade de vida dos residentes.
A estrada, cuja reabilitação deverá arrancar em Dezembro próximo, vai ter duas faixas de rodagem, um separador central e passeios nos dois lados, a partir da rotunda da praça do Destacamento Feminino até à Praça dos Combatentes.
Para o Presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, “esta é uma das mais importantes obras da cidade”. “As embaixadas acham que ao se alargar a via, a qualidade de vida vai ser afectada. O que eu penso é que é preciso promover o diálogo para explicar a essência e a importância do projecto”, afirmou o edil de Maputo, que não acredita que o mesmo possa afectar a qualidade de vida das pessoas.
O projecto vai abranger uma das zonas mais nobres da cidade, onde se localizam algumas embaixadas e residências de embaixadores, alguns dos quais não escondem as suas preocupações relativamente às obras de reabilitação.
David Simango diz que a ‘Julius Nyerere’ é fundamental, sobretudo nesta altura em que Maputo se debate com o problema de congestionamento do tráfego rodoviário, devido ao limitado número de entradas e saídas da cidade.
“O que é importante é que as pessoas compreendam que a Avenida Julius Nyerere é muito importante para a mobilidade na nossa cidade”, realçou o Presidente do Conselho Municipal de Maputo.
Cerca de 60 famílias poderão ser afectadas pelo projecto, algumas das quais serão transferidas para outras zonas residenciais, “pelo que se afigura fundamental o reforço do diálogo, para que o processo de reassentamento ocorra sem criar ruidos resultantes de maus entendimentos entre o Município e as pessoas visadas”.
David Simango reiterou que as obras arrancam até ao dia 07 de Dezembro próximo, “mas o grande movimento de máquinas ao longo da estrada só será visível em Janeiro de 2012, porque daqui a pouco vai-se entrar no período de festas”.
O projecto esta orcado em cerca de 12.5 milhões de dólares norte-americanos e é financiado conjuntamente pelo Banco Mundial e Conselho Municipal da Cidade de Maputo.
Entretanto, David Simango disse que o Conselho Municipal está neste momento a avaliar os resultados do concurso público recentemente lançado para a selecção de empresas interessadas na elaboração do plano de requalificação dos bairros da Polana Caniço “A e B”. T
rata-se de um projecto que deverá ser desenvolvido ao longo dos próximos 10 ou 15 anos, visando melhorar a qualidade de vida dos residentes locais, através da construção de habitações melhoradas, vias de acesso e sistemas de saneamento eficientes, entre outras infra-estruturas próprias duma zona urbana.
“Eu não tenho dúvida que nos próximos 30 ou 40 anos a cidade de cimento vai invadir aquilo que hoje é subúrbio, assim como não tenho dúvida que, se calhar daqui a 200 anos, Maputo vai chegar a Manhiça, em termos de cidade de cimento; eu não hei-de ver, mas os outros hão-de ver”, realçou.