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Mais de nove mil alunas abandonaram escola por gravidez precoce

Cerca de 9.300 alunas deixaram de frequentar diversas escolas moçambicanas no ano passado após terem contraído a gravidez ainda em tenra idade, segundo disse, Quarta-feira, o vice-ministro da Educação, Arlindo Chilundo.

Falando na abertura do fórum de reflexão social “Não ao casamento e gravidez precoce”, que decorreu em Maputo, o governante disse que esse número faz parte do universo de 211.400 raparigas que deixaram de estudar em 2010 por motivos diversos.

Na sua intervenção, Chilundo disse que as disparidades de género no sector da Educação são um problema que ocorre em todas as fases, sendo, no entanto, mais acentuado nas classes subsequentes ao ensino básico.

“As estatísticas do Ministério da Educação mostram que a medida que as alunas vão crescendo tendem a desistir mais da escola, sobretudo nas zonas rurais”, afirmou Chilundo, falando neste encontro promovido pela organização Actionaid Moçambique e o Grupo Soico.

Para ilustrar essa situação, o vice-Ministro da Educacao acrescentou que nas classes subsequentes ao ensino primário há maior presença de rapazes do que raparigas.

Ele apontou o exemplo da Zambézia, província com maior número de alunos ao nível do ensino geral, onde a média das desistências de raparigas por motivos de gravidez foi de 4,4 por cento do total dos abandonos registados nos últimos quatro anos.

“O fenómeno de desistências afecta tanto as alunas como o Estado”, frisou Chilundo, sublinhando que quando a família se acomoda com a desistência das suas filhas, está a concorrer para que as crianças do sexo feminino sejam privadas do direito ao ensino.

Por outro lado, com a desistência de alunas deita-se por água abaixo os esforços empreendidos pelo Estado na formação da rapariga e os recursos canalizados para as escolas com esse objectivo.

Em Moçambique, os factores sociais têm sido apontados como sendo as principais razões das desigualdades de género no acesso à educação formal. Em muitas partes do país, particularmente nas áreas rurais, os rapazes são o grupo mais privilegiado do que as raparigas.

Na sua intervenção, Arlindo Chilundo disse que as raparigas continuam sujeitas a algumas práticas de violência dentro da sua própria casa, escola ou comunidade. Ele referiu que os casamentos precoces e gravidezes indesejadas são, muitas vezes, provocadas por assédio ou abuso sexual.

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