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OBITUÁRIO: Obituário: Susan Tsvangirai 1958/2009 – 50 anos

OBITUÁRIO: Obituário: Susan Tsvangirai 1958/2009 – 50 anos

Susan Tsvangirai, a mulher do primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, morreu na passada sexta-feira (dia 7) vítima de acidente de viação, quando um camião de sete toneladas embateu de frente com o veículo todo-o-terreno em que seguia na companhia do marido que ficou ferido na cabeça e no pescoço. Contava 50 anos.

Agora, após a sua morte, foram traçados alguns paralelismos entre ela e a primeira-dama, Grace Mugabe, conhecida pela “rainha dos consumos”, cujos hábitos despesistas muito contribuíram para a degradação moral do país. De costumes bem mais modestos, a mulher do primeiro-ministro possuía um negócio ligado à costura e outro à restauração, antes de o marido ser uma figura pública. A mulher de Tsvangirai comprava roupa barata por atacado e introduzia depois as alterações que achava mais convenientes dando-lhes um cunho pessoal.

Susan, tal como o seu marido Morgan, nasceu em Buhera, 50 quilómetros a sul da capital, Harare, e era para lá que o casal se dirigia quando se deu o acidente fatídico. Conheceram-se em 1978, quando Morgan era o encarregado de uma mina de níquel local. Do casamento resultaram seis filhos, três rapazes e três raparigas.

Apoiante incondicional do marido, pouco antes de morrer, numa breve entrevista, falou acerca de Morgan dizendo: “Ele é um homem bom, um excelente marido e um pai maravilhoso. Assim que fixa um objectivo jamais desiste de o alcançar. É um homem de grande determinação, e acima de tudo de grande coragem. Penso que já deu provas disso ao mundo. Lutou durante dez anos contra Mugabe e ainda continua a lutar.

Em 2003, Susan sentiu como ninguém a prisão do marido e fez questão de se sentar na primeira fila da plateia para ouvir as acusações de traição à pátria que valeram a condenação do marido. Em 2007, quando Morgan foi novamente preso e sujeito a espancamentos, Susan, quando viu o estado físico do marido na prisão, chorou convulsivamente. Mais tarde confessou: “Estaria a mentir se dissesse que tem sido fácil. Houve alturas em que temi muito a morte do meu marido. Rezei muito. Como mãe, temi pelos meus filhos. Senti-me muito vulnerável, mas senti também que tinha de apoiar o meu marido, esse é o papel de uma esposa, de uma boa esposa pelo menos.”

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