Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

OBITUÁRIO: Conchita Cintrón 1922 – 2009 – (86 anos)

OBITUÁRIO: José Megre (1942 - 2009) – 66 anos

Conchita Cintrón, conhecida como a ‘Deusa Loura’ da tauromaquia, fechou para sempre os seus profundos olhos azuis na passada terça-feira, dia 17 de Fevereiro, na sua casa de Lisboa, onde residia há largos anos. Contava 86 anos de idade.

Conchita nasceu em Antofagasta, no Chile, a 9 de Agosto de 1922, mas logo os seus pais se mudariam para Lima, no Peru, onde foi criada. Na sua biografia pode ler-se: “O seu pai, Francisco Cintrón Ramos, porto-riquenho, de nacionalidade norte-americana e ascendência espanhola, foi o primeiro “estrangeiro” a graduar-se na Academia Militar de West Point, nos EUA. Destacado para uma missão no Panamá, ali conheceu Loyola Verril, de origem irlandesa, com quem casou e construiu um lar tipicamente americano. Foi nele que Conchita cresceu.

Começou as aulas de equitação numa academia cujo proprietário era o cavaleiro português Ruy da Câmara. O basco Diego Mazquiarán foi o seu primeiro professor, primeira na lida a pé depois a cavalo. Sobre a sua estreia não há consenso: para uns foi na desaparecida praça de Algés, em Lisboa, em 1935. Para outros foi na praça de Acho, em Lima. A Alternativa recebeu-a no México na praça ‘El Toreo’. No final dos anos 30’ entrou no filme “Maravilla del Toreo’.

Consagrada como estrela da arte de tourear a cavalo – se bem que o mais conceituado cronista de tauromaquia da época, Gregorio Corrochano, afirmou que ela era melhor quando o fazia a pé -, Conchita Cintrón desembarcou em Espanha em 1945, quando às mulheres não era permitido tourear a pé. Apesar disso, actuou com o capote e a muleta num festival de beneficência na praça madrilena de Vista Alegre e em duas corridas em Ceuta e Melilla, para as quais conseguiu a permissão do general Varela.

A estreia na mítica Monumental de ‘Las Ventas”, em Madrid, foi efectuada à porta fechada e em Jaén actuou ao lado de Antonio Ordónez e Manolo Vásquez, o que lhe custou uma detenção no palco presidencial. A sua apresentação oficial em Espanha teve lugar a 23 de Abril de 1945, em Maestranza, pela mão de Marcial Lalanda. Durante este temporada participou em 38 corridas, no ano seguinte em 48, mas em 1947 só actuou uma vez em Espanha e 19 em Portugal, cifra que reduziu substancialmente nas temporadas seguintes a três. Retirou-se das arenas em 1950, após contrair matrimónio com o aristocrata português Francisco Castelo Branco, de quem teve cinco filhos. Havia efectuado mais de 400 corridas nas principais praças de Espanha, Portugal, Peru, México, Equador, Colômbia, Venezuela, França e norte de África. Alvo de várias homenagens, a 3 de Agosto de 1995 foi-lhe outorgada a medalha de “Mérito Cultural” numa cerimónia na praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa, e em 2005 recebeu em Madrid “La Escalera del Éxito”, distinção atribuída pelo Círculo Taurino Internacional.

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

error: Content is protected !!