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Obama admite falhas na segurança e promete mais recursos à inteligência

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu esta terça-feira que o atentado frustrado contra um voo comercial entre Amsterdã e Detroit, no Natal, demonstrou “falhas sistemáticas” no departamento de Segurança Interna e Inteligência. “Ocorreram falhas sistemáticas que considero totalmente inaceitáveis”, disse Obama do Havaí, onde passa as férias de final de ano com a família.

“Houve uma combinação de falha humana e sistemática que contribuiu para esta potencial ameaça à segurança dos Estados Unidos”, destacou Obama, referindo-se ao ataque frustrado de um jovem nigeriano, que tentou detonar explosivos em pleno voo para derrubar um avião comercial americano. “Precisamos aprender com este episódio e agir rapidamente para consertar as falhas de nosso sistema, porque nossa segurança está em jogo e vidas estão em jogo”, acrescentou o presidente.

Obama destacou o fato de que Umar Farouk Abdulmutallab, o jovem nigeriano que tentou explodir o avião, possui ligações com extremistas, e mesmo assim conseguiu embarcar no voo para os Estados Unidos. “Os alertas que os serviços de inteligência receberam deveriam desencadear sinais e o suspeito jamais poderia ter sido autorizado a subir a bordo”, enfatizou.

“Farei tudo que estiver ao meu alcance para ajudar os homens e mulheres que trabalham na inteligência, na justiça e na segurança interna para garantir que eles tenham à mão as ferramentas e recursos necessários para manter os Estados Unidos seguros”, afirmou.

O pai do jovem nigeriano que tentou explodir um avião em pleno ar no dia de Natal havia alertado a CIA que seu filho era um militante radical, mas a informação não foi difundida, informou a imprensa americana. Uma fonte anônima ligada ao caso indicou ao canal CNN que um informe foi escrito depois de uma reunião entre o pai de Umar Faruk Abdulmutallab e um agente da CIA e que esse documento foi enviado à sede da agência em Virgínia, perto de Washington. Segundo The Wall Street Journal, o pai de Abdulmutallab se reuniu com a CIA na embaixada americana em Abuja, capital da Nigéria, em 19 de novembro.

Abdulmutallab, de 23 anos, tentou explodir um voo entre Amsterdã e Detroit, com 290 pessoas a bordo. Mais cedo, a imprensa dos EUA revelou que o jovem participava com frequência de um foro islâmico na Internet e pregava a Guerra Santa (Jihad). Umar Faruk Abdulmutallab escrevia no www.gawaher.com sob o pseudônimo “Faruk1986”, e fez 310 comentários, a partir de 2005, incluindo divagações sobre “como ocorrerá a grande Jihad”, “como os muçulmanos vencerão” e “como dominarão o mundo inteiro e estabelecerão o maior império jamais visto”.

Além disso, o ministério iemenita das Relações Exteriores confirmou que Abdulmutallab estava no Iêmen, onde a rede terrorista Al-Qaeda é ativa, no mês de dezembro, pouco antes do atentado que tentou cometer. “Ele esteve no Iêmen do início de agosto ao início de dezembro, depois de obter um visto para estudar a língua árabe em um instituto de Sanaa, onde aparentemente assistiu as aulas”, declarou uma fonte da chancelaria.

O governo dos Estados Unidos se mostrou cauteloso a respeito de um vínculo entre o atentado frustrado e a Al-Qaeda. Na terça, a imprensa americana divulgou fotos da cueca parcialmente queimada na qual Abdulmutallab havia escondido um pó da família da nitroglicerina com o qual faria explodir o voo da Northwest, misturando-o ao conteúdo de uma seringa, ela também calcinada em parte. As fotos obtidas junto ao FBI (a polícia federal americana) mostram uma cueca de cor creme, adaptada para guardar o pó explosivo. Na parte da frente, o início de incêndio criou um buraco de cerca de 12 centímetros de diâmetro.

Um pequeno bolso de cerca de 15 cm de comprimento foi costurado na peça para esconder os cerca de 80 gramas de pentrita (PETN), que poderiam ter feito um buraco na fuselagem do avião. A seringa que passou pela segurança antes do embarque, continha um líquido químico que, misturado, deveria causar a explosão do voo 253 entre Amsterdã e Detroit.

Segundo as primeiras conclusões da investigação, Abdulmutallab começou a injetar líquido na pentrita quando os passageiros ouviram “pequenas explosões, como fogos de artifício”; alguns chegaram a ver as calças do suspeito pegando fogo, até ser dominado.

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